Novas regras para o preço do leite em estudo

As associações representativas dos produtores de leite e as indústrias de lacticínios do arquipélago  vão começar a debater, dentro de dias, um mecanismo de estabelecimento de preços de leite à produção na Região, que permita a sua evolução em conformidade com a evolução registada quer no continente português, quer no mercado europeu.

Ou seja, que a evolução de preços esteja em conformidade com os praticados no continente e no mercado europeu.
De acordo com o Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GACS), uma proposta de “fórmula indexante” visando a introdução do novo sistema foi já preparada por uma comissão técnica criada numa reunião recente de representantes dos parceiros envolvidos com responsáveis do Governo dos Açores.
O Executivo de Carlos César encara como fundamental que no processo de ajustamentos em baixa que tem afectado os mercados a nível global “se mantenha o equilíbrio entre a estrutura de custos dos factores de produção e os níveis de facturação das explorações agrícolas”. Para os representantes dos produtores, a introdução de uma fórmula indexante é não só muito bem-vinda como é motivo de aplauso.
Em declarações à Antena 1/Açores, Jorge Rita, da Federação Agrícola dos Açores, salientou mesmo que “esta medida vem ao encontro das nossas pretensões de há muito tempo a esta parte”. Para aquele dirigente associativo, a introdução de uma fórmula que indexe o preço do leite produzido nos Açores é fundamental, pelo que merece o total apoio da Federação Agrícola dos Açores, uma vez que “irá trazer alguma transparência  aos preços e aos mercados de leite e de lacticínios”, salientou Jorge Rita.
Menos entusiasta da medida está a indústria. Mesmo não tendo o Açoriano Oriental conseguido chegar à fala com qualquer responsável pela ANIL (Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios), tendo em consideração as declarações de Jorge Costa Leite, da Insulac, à Antena 1/Açores, o processo de introdução de uma fórmula indexante estará, para já, longe de quaisquer consensos.
Como anteviu aquele industrial à estação de rádio, a diversidade entre as indústrias de lacticínios existente nas ilhas, e mesmo dentro de uma mesma ilha tornará difícil a aplicação da referida fórmula matemática: “há empresas que produzem produtos completamente diferentes uns dos outros e por isso será muito difícil que se apresente uma fórmula indexante que se possa aplicar”, disse. Por outro lado, o industrial defende que a fórmula matemática que o Governo sugere foi, tendo em conta a lei da concorrência,  considerada inconstitucional ou mesmo ilegal noutros países, como é o caso da França.
Recorde-se que as indústrias de lacticínios dos Açores baixaram, recentemente, os preços do leite à produção, admitindo novas reduções. Face à evolução dos mercados ocorreram, em contrapartida, reduções nos preços de alguns factores de produção importantes para o sector, como é o caso dos combustíveis, dos cereais e dos fertilizantes.
Segundo o Serviço Regional de Estatística, o volume de leite entregue à indústria até Outubro atingiu 441 milhões de litros, mais cerca de seis milhões do que nos primeiros dez meses do ano passado. Só em São Miguel, a produção leiteira aumentou de 276 para 281 milhões.

 

 

in AOriental / RUI LEITE MELO

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