Apesar de ser impossível obter dados específicos sobre o número de emigrantes – já que a circulação de pessoas é livre na União Europeia -, o secretário de Estado José Cesário admite que o número tem aumentado com o crescimento das dificuldades económicas em Portugal.
“Nós sabemos, nomeadamente pelo reflexo que temos a nível da administração dos consulados e da abertura de novas contas, que há um aumento muito grande” da emigração, disse à Lusa.
Os novos emigrantes têm algumas diferenças em relação às chamadas vagas convencionais. A começar pelos destinos, que agora incluem Angola como um dos principais países para onde os emigrantes portugueses se dirigem e passando pela idade de quem vai para fora, já que a geração que tem 40 e 50 anos também passou a arriscar.
Os principais destinos são Suíça, França e Angola, locais procurados por oferecerem oportunidades de emprego, explica o secretário de Estado, acrescentando que também começa a haver procura para o Brasil.
“A grande diferença é que, até há meia dúzia de anos, não havia uma pessoa de 40 ou 50 anos a emigrar e hoje vêem-se várias. Como se vê pessoas que partem com a família toda atrás e como se vê muita gente qualificada, muita gente com cursos superiores que vai procurar oportunidades lá fora”, explicou José Cesário.
Ainda assim, admitiu, a maior parte do emprego é conseguido nas atividades tradicionais: hotelaria, construção civil e limpezas.
“Pontualmente há emigração mais qualificada. O Canadá e a Austrália têm fluxos migratórios periódicos para gente muito qualificada, mas não é fácil entrar”, disse.
A crise económica e consequente aumento do desemprego também se faz notar na imigração.
“Hoje não praticamente pessoas a entrar em Portugal vindas do exterior”, afirmou o secretário de Estado das Comunidades, adiantando que “pode haver um caso ou outro, mas o que há é pessoas a sair. O que é evidente porque não há empregos”.