O consumo de electricidade nos Açores sofreu uma quebra de 4,8 por cento no primeiro semestre deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2011, refletindo um recuo particularmente acentuado nos usos domésticos.

Um estudo realizado por investigadores da Universidade dos Açores identificou sinais de algumas “assimetrias” na formação dos preços dos combustíveis em Portugal, que se revelam, porém, insuficientes para concluir sobre a existência de “subidas rápidas e descidas lentas”.

Segundo adiantou Francisco Silva, um dos investigadores do Departamento de Economia e Gestão da academia açoriana envolvidos no trabalho, o maior “desfasamento na relação entre subidas e descidas” nos preços dos combustíveis em função da evolução do custo do petróleo nos mercados internacionais revelou-se mais evidente no gasóleo do que nas gasolinas.

O estudo em que participaram também Maria da Graça Silva e Nelson Elias teve por referência a variação ocorrida num período de 280 semanas – de janeiro de 2004 a junho de 2009 –, concluindo que as “assimetrias” identificadas justificam um “contínuo acompanhamento do mecanismo de transmissão de preços nos combustíveis” no país.

Francisco Silva admitiu que o comportamento dos agentes envolvidos revela uma “concorrência não tão forte” em Portugal como a verificada em outros mercados de maior dimensão.

Os resultados da pesquisa apontam também para “um ajustamento [nos preços ao consumidor] que ocorre, essencialmente, entre três a quatro semanas após a variação do custo do petróleo” no mercado internacional.

“Nota-se a existência de um jogo em termos de gestão de ‘stocks’ que acaba por reflectir-se na formação dos preços”, referiu Francisco Silva.

 

Lusa

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