COMO NOS AÇORES AS ASSOCIAÇOES ECOLÓGICAS CONTESTATÁRIAS ESTAO DESAPARECENDO , AQUI VAI UM EXEMPLO .
NÃO É PRECISO SER-SE INIMIGO…….BASTA SER TOLERANTE
“O maior inimigo é o menor esforço”
Ambiente: Raimundo Quintal, nomeado Figura do Futuro, foi ontem com 40 voluntários plantar espécies
indígenas no desertificado Pico do Areeiro, na Madeira. Age para os vindouros.
Correio da Manhã – Como ex-vereador no Funchal, acha que o poder local é amigo do ambiente ?
Raimundo Quintal – O que tenho a certeza que está errada é a ideia que o poder central é que defende o ambiente. A todos os níveis, há pessoas amigas do ambiente e também inimigas.
– De que depende essa atitude?
– Da formação científica e da ética de quem exerce funções públicas. Penso que todos os cargos deviam ser limitados. Estive oito anos na Câmara do Funchal e não continuei. É importante não perder a ligação à realidade.
– Como se identifica o amigo do ambiente?
– Amigo do ambiente é quem faz mais do que falar de ecologia. Em primeiro lugar, combate o maior inimigo do ambiente que é a lei do menor esforço. Arrasa com tudo o que se queira fazer.
– O que é que ele faz na prática?
– Aprende a poupar energia, a separar os resíduos, a diminuir a produção de lixo, a ajudar à recuperação da natureza. Deve ser um voluntário que dedica algum do seu tempo à causa do ambiente, ajudando a criar um mundo com melhor qualidade não para si, mas para as gerações que vêm a seguir.
– É grave a situação da Madeira?
– A Madeira tem infelizmente áreas maltratadas, como o resto do País, devido ao capitalismo selvagem da construção a todo o vapor, mas também possui a floresta Laurisilva, semelhante às que existiam na Europa antes das glaciações e que em Portugal é o único Património Natural da Humanidade reconhecido pela UNESCO.
RECONSTITUIR FLORESTAS DE HÁ 500 ANOS
Os cerca de 40 voluntários da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal que aproveitaram o sábado para ir plantar espécies florestais indígenas, como cedros da Madeira, loureiros e maçarocos, estão apostados em fazer regressar uma zona entre os 1700 e 1800 metros de altitude do Pico do Areeiro, actualmente desertificada, aos níveis de biodiversidade existentes quando da chegada dos descobridores no século XV. É um trabalho que vai demorar muitos anos para se ver os resultados, mas que marca quem realmente pensa no futuro.
A associação tem ainda em curso outros projectos ambientais, como a sensibilização dos profissionais de turismo a pensar na
divulgação dos valores da natureza.
NOMEAÇÕES PARA FIGURAS DO FUTURO
Filipe Duarte Santos professor catedrático de Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está ligado a associações
científicas internacionais preocupadas com as alterações climáticas e escreveu o livro ‘Que Futuro? – Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento e Ambiente’, sobre os riscos que vivemos.
Quercus e ‘Minuto Verde’ são uma das nomeações feitas por Elisa Ferreira, ministra do Ambiente nos governos de António Guterres e actual deputada PS no Parlamento Europeu.
No destaque à associação presidida por Hélder Spínola valoriza o instrumento muito útil de pedagogia e sensibilização sobre as questões ambientais.
O centro de estudos de Arquitectura Paisagista do Instituto Superior de Agronomia (Universidade Técnica de Lisboa) é coordenado pela prof. Manuela Raposo de Magalhães e conta com mais de 20 investigadores. Teve o destaque do arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles pelo seu papel no estudo do território.
O centro de investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto é coordenado pelo prof. dr. Nuno Ferrand de Almeida.
Trata-se de uma unidade de I&D, que tem um pólo na Universidade dos Açores e mereceu o destaque de Elisa Ferreira pelo “trabalho de excelência na investigação sobre biodiversidade”.
João Vaz (in Correio da Manhã)
enviado por Victor Hugo Lecoq de Lacerda Forjaz