Na apresentação do programa eleitoral do PSD aos conselheiros nacionais do partido, num hotel de Lisboa, Pedro Passos Coelho admitiu que “muitos não gostarão” do que propõe.
“Mas muitos mais, estou convencido, verão nas propostas que apresentamos, na ousadia que temos, a derradeira oportunidade de escapar a este círculo vicioso de empobrecimento e de endividamento e à construção de um espírito de esperança e de crescimento e de desenvolvimento para o nosso país”, acrescentou.
Nesta sua intervenção, aberta à comunicação social, o presidente do PSD contou que muitos lhe perguntaram: “Passos Coelho, tem a certeza que quer ir a esse detalhe no programa, que se quer comprometer com uma solução tão bem desenhada, não prefere deixar isso para depois, para o programa de Governo?”.
“O PSD não tem agendas escondidas. O programa que aqui apresentamos pode não agradar a alguns setores, mas é aquele que achamos que vale a pena defender, para que valha a pena ganhar as eleições e transformar Portugal”, afirmou, em seguida.
Neste seu discurso, Passos Coelho considerou que “os portugueses, nestas eleições, não deixarão, no fundo, de fazer também, mas não só, um plebiscito à responsabilidade política deste Governo e deste primeiro-ministro”.
E contestou a ideia de que, com o programa de ajuda externa a Portugal, todos estão “condenados a fazer a mesma coisa” se forem para o Governo.
“Nós não somos todos iguais”, disse o presidente do PSD.
Para Passos Coelho, as legislativas de 5 de junho são também uma escolha entre “personalidades, porque a personalização da política é importante”.
Os portugueses “poderiam votar perfeitamente no PS, se acreditassem que o PS está a defender o Estado social”, mas “sabem que quem mais tem posto em causa o Estado social é o PS e é o engenheiro Sócrates”, alegou.
“Não basta, por isso, anunciar intenções, é preciso ter credibilidade para as poder executar”, concluiu.
O presidente do PSD reiterou que vai lutar “por uma maioria absoluta” e que não vai “fazer um Governo com o PS”, defendendo que para “mudar a sério” Portugal “não é possível mais misturas”.
E sugeriu que esta questão seja também colocada “aos outros dirigentes e aos outros líderes partidários, para que o país saiba com o que é que contam deles também”.
Pedro Passos Coelho ressalvou que tenciona procurar “entendimentos com outros partidos”, incluindo partidos à esquerda do PSD, mas argumentou que para isso não precisam de “estar todos juntos no Governo”.
“O PSD não precisou de estar no Governo desde as últimas eleições para que este Governo tivesse tido condições para governar. Não foi o PSD que deitou abaixo este Governo, foi este Governo que se deitou abaixo a si próprio não obstante as condições que nós lhe demos”, disse.