“O que me preocupa é pensar que possa ter transmitido o vírus a alguém, embora de forma inconsciente. É natural que tenha usado a mão em vez de um lenço (para proteger um espirro) e depois tenha colocado a mão em qualquer coisa e contagiado alguém”, afirmou à Lusa.
Manuela Nunes foi infectada com o vírus H1N1 m Palma de Maiorca, Espanha, de onde regressou há cerca de uma semana.
Alegando desconhecer a Linha Saúde Açores (808 24 60 24), para onde devem ligar todas as pessoas que suspeitam estar infectadas, logo que chegou ao arquipélago dirigiu-se ao Hospital de Angra do Heroísmo.
A febre, a tosse seca e as dores no corpo, além dos vómitos e da diarreia, eram sintomas que a faziam suspeitar de gripe A, até porque sabia que Palma de Maiorca é uma das zonas afectadas.
“Quando cheguei à urgência vi um panfleto com os sintomas que identificava perfeitamente”, recordou.
Por essa razão, “disse logo de onde vinha e fui chamada imediatamente para o rastreio, de onde já não regressei para a sala de espera”. “Deram-me uma máscara e segui para os infecto-contagiosos”, afirmou.
Depois das análises terem confirmado que estava com gripe A foi-lhe administrado o medicamento adequado, que teve de tomar durante seis dias, de 12 em 12 horas.
O organismo de Manuela Nunes respondeu bem ao tratamento e, depois de um dia de internamento, teve autorização para regressar a casa, mas com algumas regras.
“Atendendo à boa reacção ao tratamento, foi-me dada alta, na condição de eu ir para casa, com máscara, não ter contacto com o exterior, não entrarem pessoas em casa e fazer a medicação indicada”, salientou.
Por precaução, duas amigas, a que a acompanhou na viagem de férias e a que a foi esperar ao aeroporto, foram também submetidas a tratamento.
Desde que saiu do hospital, como estava proibida de ir à rua e de receber visitas, valeram-lhe os familiares e os amigos, que todos os dias lhe colocavam à porta de casa alimentos e jornais, que ela depois recolhia quando eles se afastavam.
Durante a última semana, enquanto estava de quarentena em casa, Manuela Nunes recebeu telefonemas regulares do hospital, durante os quais os médicos se inteiravam da evolução da sua situação clínica.
Manuela seguiu as indicações médicas e hoje está pronta para retomar a vida normal, pretendendo retomar as férias interrompidas pela doença.
Diz que aceitou dar este testemunho esperando que seja uma forma de alertar as pessoas para estarem atentas aos sintomas e comunicarem, de imediato, para a linha telefónica disponível. Manuela Nunes quer também mostrar que a Gripe A H1N1 é tratável.
Nos Açores estão actualmente confirmados 10 casos de Gripe A, o que representa uma média de um caso por cada 30 mil pessoas. Um valor superior ao registado no continente, onde existe um caso por cada 420 mil habitantes.
Lusa