O regresso do guerreiro ao Faial

genuino“A chegada à Marina da Horta é efectivamente, a chegada à minha casa. Depois de uma viagem destas, com as coisas boas e com as coisas menos boas que aconteceram, chegar é o mais importante. Chegar ao fim de uma viagem, de um projecto é a coisa mais gratificante que aconteceu na minha vida” – foram as primeiras palavras de Genuíno Madruga domingo de manhã à chegada ao Porto da Horta.

 

O Clube Naval da Horta preparou uma homenagem ao navegador solitário Genuíno Madruga que foi recebido em mar e em terra por centenas de pessoas.

 

Já no pontão F da Marina da Horta foi presenteado com uma bandeira da CMH e com uma garrafa de champanhe. Das mãos do Bispo de Angra e Ilhas dos Açores recebeu um terço missionário – um momento cheio de emoção e simbolismo, ou não fosse Genuíno muito devoto.

 

Seguidamente foi brindado pelo Hino da Autonomia tocado pela União Faialense para, acompanhado pelo presidente Hugo Pacheco, descerrar a placa que o CNH colocou por debaixo da placa já existente na sede desde a primeira viagem de volta ao mundo.

 

No átrio do Naval da Horta foi convidado a ser o primeiro ilustre a assinar o Livro de Honra do Clube. Foi ainda agraciado com uma pequena lembrança.

 

Na ocasião, o presidente do Clube Naval da Horta, Hugo Pacheco disse aos presentes que “Genuíno espalhou o nome do Clube Naval da Horta por todo o mundo. Fiquei muito sensibilizado ao ver a bandeira do CNH no que resta do mastro do Hemingway. Foi o CNH que também ficou conhecido pelos quatro cantos do Mundo.”

 

João Castro, presidente da Câmara Municipal da Horta reforçou a ideia de que “o Genuíno ligou-nos ao mundo, com sentimentos, com afectos, com uma tónica de saber estar, saber encontrar e reencontrar pessoas, com memórias que ficarão para todos nós.”

 

A manhã terminou com Genuíno, de olhar cansado mas satisfeito e emocionado, a relatar a sua viagem que durou 21 meses.

 

“Foi na Horta que se passaram as coisas mais importantes da minha vida. Foi aqui que os meus filhos nasceram, que me tornei pescador, que construí a minha casa e vi este porto crescer. Foi aqui também que conheci grandes nomes da navegação, como por exemplo Marcel Bardiaux , Jacques Brell, Eric Tabarly, entre outros. A propósito, foi do Peter Café Sport que levei uma placa para deixar na campa de Jacques Brell na Polinésia Francesa.”

 

Sob o olhar atento da assistência, Genuíno Madruga afirmou que “ao sair do Pico o meu grande objectivo era passar o Cabo Horn seguindo o que fez Bardiaux. Em 2002, quando terminei a primeira viagem já tinha a passagem toda estudada, isto porque eu, na qualidade de pescador, nunca me senti inferior a quem quer que fosse e se os outros conseguiram eu também ia conseguir.”

 

Pelo mundo fora Genuíno procurou açorianos e pelos seus antepassados.

Pelos inúmeros presentes foi aplaudido, uns com lágrimas no olho, outros de sorriso rasgado, mas todos com admiração e respeito por este homem do mar.

 

Este “Lobo do Mar” levou na sua bagagem a bandeira dos Açores, “os Açores ficaram mais perto do mundo e o mundo ficou mais perto dos Açores com esta minha viagem, para além disso o programa “Na rota dos Aventureiros”, levou o nosso nome muito longe.” 

 

 

 

Maria José Silva

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