Observatór​io de Lusodescen​dentes quer ajudar à integração de deportados nos Açores

O Observatório dos Lusodescendentes lançou hoje uma “antena” nos Açores, com a pretensão de focar atenções na integração dos deportados e “mapear” os filhos de emigrantes açorianos, tanto aqueles que voltaram às ilhas, como os que continuam no estrangeiro.
A apresentação do Observatório dos Lusodescendentes nos Açores ocorreu hoje na ilha do Pico e contou com a presidente da associação, Emmanuelle Afonso, com o que será o coordenador nas ilhas, Terry Costa, e o com presidente da câmara da Madalena, José António Soares.
Emmanuelle Afonso explicou que, com esta extensão do observatório, fundado há três anos, “pretendem um maior conhecimento e aproximação aos lusodescendentes no continente americano”, o destino da esmagadora maioria dos emigrantes do arquipélago.
Concretamente, afirmou, a associação quer conseguir fazer “o mapeamento dos lusodescendentes” naquele continente “e dos que voltaram para as ilhas”.
A presidente do Observatório dos Lusodescendentes referiu, a este propósito, que se estima que os emigrantes açorianos e seus descendentes representam atualmente seis vezes a população residente nas ilhas, “o que talvez explique o esforço de aproximação às comunidades feito pelo Governo Regional, sobretudo ao nível da primeira geração”.
“No continente, provavelmente, não se pensou tão cedo [em fazer o mesmo], porque as pessoas não emigraram em tão grande proporção e agora, se calhar, a crise é que dá essa ideia de pensar que temos de contar também com os que estão lá fora, que não é má ideia contactar com os cinco milhões de portugueses lá fora, que podem ajudar na abertura de mercados, exportação de produtos, investimentos diretos ou aconselhamento de Portugal como destino turístico”, afirmou.
O Observatório pretende ainda dar uma atenção especial ao caso da integração dos deportados açorianos.
Em causa estão descendentes de açorianos deportados para o arquipélago na sequência de delitos cometidos nos países onde nasceram, sem que, porém, muitas vezes, tenham já qualquer laço familiar nos Açores e desconhecendo até o próprio idioma.
“Teremos de analisar o que foi feito, o que foi menos bem conseguido e ver o que há a fazer, mas corresponde a uma das nossas missões, que é ser facilitador do acolhimento dos lusodescendentes que chegam a Portugal”, disse Emmanuelle Afonso.
O lançamento do Observatório dos Lusodescendentes Açores ocorreu em parceria com o Azores Fringe Festival, que decorre no Pico até 30 de junho  e contempla mais de 90 eventos realizados com arte e artistas de todas as ilhas dos Açores, Madeira e continente.
O Observatório dos Lusodescendentes foi lançado em 2010 e tem entre os seus objetivos “quantificar e qualificar” os descentes dos emigrantes.
Segundo disse Emmanuelle Afonso, os lusodescendentes (os descendentes dos emigrantes portugueses até à terceira geração) são ainda um universo desconhecido, havendo estudos que apontam para cinco milhões de pessoas e outros que referem 30 milhões.

 

Lusa

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