O empreiteiro guineense, proprietário da empresa de construção civil “Distância Viva”, disse à Lusa que os serviços do Governo Regional atribuíram um apoio monetário, que varia entre 200 e 250 euros, a cada trabalhador, para ajudar a pagar despesas diárias e artigos de higiene pessoal.
“Os serviços de Ação Social também já reservaram as passagens de regresso a Lisboa, na próxima segunda-feira, de quatro operários guineenses, e o bilhete de regresso à Ucrânia, de outro trabalhador”, assegurou Honório Biágue, acrescentando que os restantes operários recusam-se a deixar a ilha antes de receberem os vencimentos em atraso.
O empresário garantiu, por outro lado, que os vencimentos de novembro e dezembro dos seus operários ainda não foram pagos por parte da empresa “Castanheira e Soares”, cuja administração se tinha comprometido a saldar essas dívidas até ao dia de hoje.
“Mas até agora, nada”, desabafou Honório Biágue, que diz estar convencido de que “ainda não será desta” que o empreiteiro principal irá “cumprir a sua promessa”, até porque “a Castanheira já tem os telefones desligados”.
Enquanto permanecem na mais pequena ilha dos Açores, os operários guineenses continuam a dormir e a comer nas instalações da “Castanheira e Soares”, embora seja o subempreiteiro “Distância Viva”, que lhes paga as refeições.
Os operários guineenses estavam a trabalhar no Corvo em quatro obras públicas (duas da responsabilidade da Câmara Municipal do Corvo e outras duas do Governo Regional), em regime de subempreitada, mas decidiram abandonar as obras em sinal de protesto pelos ordenados em atraso.
A empresa “Castanheira e Soares”, que dirige as quatro empreitadas, está com problemas financeiros e avançou mesmo com um “pedido de insolvência” no Tribunal de Santa Cruz das Flores, por falta de liquidez.
Lusa