Considerando que “o sucesso do nosso desempenho no âmbito do sistema educativo é fundamental para o futuro dos nossos jovens, da nossa sociedade e da nossa Autonomia Política”, e insatisfeito com os resultados obtidos nos últimos rankings de educação e com os sistemas de gestão e administração escolar das unidades orgânicas, o PPM interpolou esta terça-feira o Governo Regional, no decorrer dos trabalhos plenários, sem êxito, continuando a maioria das suas questões sem resposta.
Paulo Estevão pretendia “respostas concretas e honestas” sobre a atribuição gratuita dos manuais, refeições escolares, níveis de consumo de droga nos estabelecimentos de ensino, sistema de formação de professores, entre outras inquietações, muitas também partilhadas pelos partidos da oposição.
“Não é democrático nem esclarecedor que o senhor Secretário não tenha respondido a nenhuma das questões”, lamentou Paulo Estevão, acusando o Governo de utilizar “o truque” de esgotar o seu tempo para não responder às questões colocadas”.
Também Zuraida Soares lastimou os “estratagemas utilizados” por Avelino Meneses, sugerindo que o Secretário Regional da Educação “aprenda a gerir o seu tempo”, salientando que após a primeira intervenção, e sem responder às questões, sobraram ao governante“nove minutos, para dar resposta direta, objetiva e fundamentada a 6 partidos dentro esta casa”, considerando a deputada do BE que isso só tem um leitura – “é fuga ao debate democrático…é batota”.
“Não é a direção dos trabalhos da presidente desta Assembleia que está a por em causa o funcionamento desta interpelaçã0, é a forma como o Governo Regional e como o Partido Socialista tem respondido a esta forma de figura regimental”, acusou ainda Zuraida Soares.
Embora sem responder diretamente a Paulo Estevão, o Secretário Regional da Educação e Cultura reafirmou que o Governo dos Açores está empenhado na construção de uma “escola do desenvolvimento”, que considerou ser a única via para a criação de “maior justiça e de obtenção de maior progresso”, sublinhando que, apesar das contrariedades, os Açores registam “progressos”, nomeadamente no abandono escolar precoce, que caiu, entre 1998 e 2016, mais de 33%, no abandono escolar e a correlativa taxa de desistência, que “são nulos no 1.º e no 2.º ciclos e residuais no 3.º ciclo e no secundário”, afirmou.
Avelino Meneses frisou que, “mais do que uma intenção, o ProSucesso é uma prática”, cujos resultados “necessariamente” terão lugar “a prazo”, mas de um modo “certamente consistente”, realçando o foco colocado na qualidade das aprendizagens dos alunos, com o lançamento de novos projetos de acompanhamento, na formação dos professores, através da disponibilização de mais meios e melhor formação, e na mobilização da comunidade educativa e dos parceiros sociais.
Ainda no decorrer do debate, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista acusou a oposição de “esconder” os indicadores que demonstram claramente as melhorias do sistema educativo nos Açores, ficando presa ao indicador do abandono escolar que, embora esteja a diminuir, ainda exige um esforço acrescido para que se aproxime da média europeia.
SM/Açores 24Horas