O secretário regional da Saúde dos Açores, Luís Cabral, acusou hoje os partidos da oposição de transmitirem “ideias erradas” sobre a proposta de reestruturação do setor, acrescentando que nenhum dos três hospitais da região perderá “importância”. “Não há alteração daquilo que é o funcionamento de cada uma das especialidades dentro dos hospitais, porque aquilo que se está aqui a propor é uma melhor reestruturação”, frisou, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com o Conselho de Administração do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira.
Em causa está a proposta de reeestruturação do Serviço Regional de Saúde, do Governo dos Açores, que está em fase de debate público.
Luís Cabral considerou que os partidos “têm utilizado este documento e esta fase de discussão deste documento para introduzir ideias erradas no documento, fazer leituras que o documento não tem e assustar a população relativamente a algumas destas especialidades, como tentativa de capitalização, como se percebe, nesta altura de eleições autárquicas”. “Não queremos terminar com as especialidades em qualquer um dos hospitais.
Aquilo que tem de ser percebido e aquilo que é importante nós, como conjunto, como açorianos, fazermos é começar a trabalhar e uma forma articulada entre os três hospitais”, reforçou.
De acordo com o secretário regional da Saúde, o rácio de utentes por especialidade nem sempre justifica a contratação de cinco profissionais por hospital, sendo preferível ter “10 profissionais a gerir toda a patologia da sua área ao nível dos três hospitais, quer com deslocações regulares, quer com telemedicina, quer com a possibilidade de delegação de competências nalguns especialistas, como por exemplo na área de oncologia”.
Luís Cabral salientou que não existem oncologistas nos Açores, mas unidades de oncologia com médicos de medicina interna, que se especializaram nesta área, pelo que o serviço existente no Hospital da Horta se mantém. Há também intenção de dotar os hospitais da Terceira e de Ponta Delgada de oncologistas, afirmou. Quanto ao Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, o secretário regional da Saúde alegou que a subespecialidade de neonatologia não deixa de existir, porque “já não existe”. “O que existe é um apoio diferenciado neste aspeto, em que as crianças abaixo das 32 semanas já são transferidas para outros hospitais da Região ou do continente”, frisou, acrescentando que este modelo de funcionamento é para manter.
A cirurgia maxilo-facial continuará a ser efetuada pelo especialista existente no hospital da Ilha Terceira, segundo Luís Cabral, mas passará a deslocar-se outro especialista de Ponta Delgada “para realizar cirurgias programadas de rotina”. Já no caso da cirurgia vascular, “não haverá nenhuma alteração a curto prazo”, mas a tutela pretende que “os serviços sejam coordenados entre os três hospitais, de forma a que o conjunto dos médicos defina de uma forma clara quais são as cirurgias que podem ser feitas num hospital, quais são as cirurgias que podem ser feitas noutro e que tipo de resposta é que há ao nível da urgência na cirurgia vascular”.
Lusa