Oposição queixa-se de falta de democracia nos Açores

Os partidos da oposição no Parlamento dos Açores criticaram o PS e ao Governo Regional por estarem a “amordaçar” a democracia e a ressuscitar velhos “fantasmas” do divisionismo, acusações refutadas pela bancada da maioria socialista.

As acusações surgiram na sequência de uma declaração política de Paulo Estevão, do PPM, que realçou o mal-estar que diz existir na sociedade açoriana devido às políticas adotadas pelo Governo socialista em áreas como a saúde, a economia ou a educação.

“Sim, eu penso o que muitos pensam. Que este governo está a precisar de uma moção de censura como de pão para a boca”, defendeu o parlamentar monárquico, que entende que já terminou “o estado de graça” de um governo que todos os dias “desgraça” a região.

As críticas do PPM foram partilhadas por Artur Lima, do CDS-PP, que entende que a maioria socialista nos Açores está a colocar em causa a qualidade da democracia e a revelar demasiada “prepotência”.

“Ao fim de 17 anos de governação socialista nos Açores, a democracia está amordaçada, tal como está também este parlamento”, alertou, queixando-se da “prepotência da maioria”.

Também Duarte Freitas, líder do PSD/Açores, acompanhou as críticas ao Governo Regional, acrescentando que a democracia açoriana está a passar por uma crise.

“Os Açores estão a passar por uma das maiores crises da sua história”, como mostram os níveis inéditos de desemprego, alertou, advertindo para os “perigos” do arquipélago vir a “ressuscitar antigos fantasmas de divisionismo” entre ilhas por causa dos últimos 17 anos de “políticas erradas” nos Açores levadas a cabo pelos socialistas.

As críticas da oposição foram rebatidas pela bancada da maioria socialista no parlamento açoriano, que “não se revê” nas acusações e nas denúncias feitas pelos outros partidos.

“Os senhores insistem sempre nessa narrativa, mas o PS refuta essas críticas”, sublinhou Berto Messias, líder parlamentar do PS, que considera que os socialistas já deram muitos exemplos de “democracia”, dentro e fora do parlamento, referindo casos em que negociaram diplomas com a oposição, apesar de terem maioria absoluta, ou se “autolimitaram” com a aprovação da limitação de mandatos.

A bancada do Governo Regional não participou no debate.

Antes desta discussão, a deputada do Bloco de Esquerda, Zuraida Soares, tinha feito outra declaração política a denunciar a “falsidade e a mentira” em que os portugueses foram envolvidos a respeito da reestruturação da dívida pública nacional.

“Afinal, tinham razão aqueles que, há três anos, afirmavam que a reestruturação da dívida era a única solução”, afirmou.

 

Lusa

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