“Pela primeira vez na história dos Açores e na história da Ordem de Malta dá-se uma investidura de cavaleiros e damas” na região, afirmou à Lusa o presidente da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta, acrescentando que “serão investidos 11 cavaleiros, cinco dos Açores e seis do continente que se deslocam a Ponta Delgada expressamente para o efeito”.
A cerimónia, que decorre a partir das 15:00 na Igreja de São José, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, passará por uma missa solene presidida pelo bispo de Angra e Ilhas dos Açores, António Sousa Braga, “um ato católico e cristão com grande peso simbólico”, durante o qual “será feito o juramento dos novos cavaleiros”, explicou.
Além disso, serão condecoradas, com a condecoração típica da Ordem, personalidades regionais, entre elas o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, o presidente da Câmara de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, a presidente da Assembleia Legislativa Regional, Ana Luís, e o bispo António Sousa Braga.
A Ordem Soberana e Militar de Malta, que este ano celebra nove séculos e está presente em Portugal desde a sua fundação, tem no mundo cerca de 15 mil membros e 80 mil voluntários espalhados pelos cinco continentes e tem sede em Roma.
Em Portugal, e segundo Augusto de Athayde, “tem cerca de 230 membros e um corpo de voluntários de cerca de 300 pessoas que levam a cabo as obras assistenciais” que passam sobretudo pelo “apoio aos peregrinos” que se deslocam anualmente a pé a Fátima, às prisões ou a lares de terceira idade.
Existem ainda “uma série de acordos de cooperação com instituições ou com entidades que possam colaborar com a Ordem no sentido de levar a cabo a sua missão, apoio a hospitais, ao Banco Alimentar Contra a Fome, sobretudo no norte de Portugal.
Segundo Augusto de Athayde, os cavaleiros que entram para a Ordem de Malta são cristãos e com vocação para partilharem a função assistencial em favor dos mais pobres e mais desfavorecidos.
Augusto de Athayde, cujos pais são de Ponta Delgada, sublinhou que tem existido a preocupação de estender a ação e a presença da Ordem a todo o território nacional e faltavam apenas os arquipélagos dos Açores e Madeira.
“Tem havido a intenção de estender a ação e a presença simbólica e também assistencial, num segundo momento, da Ordem de Malta, cuja função é defender a fé cristã e o apoio aos mais desfavorecidos numa ótica de prática da caridade cristã e da inclusão social”, sublinhou, acrescentando que vai ser instalada uma sede regional na ermida de Santana, que pertence à sua família e em particular à Fundação José do Canto.
Entre as ações da Ordem para os Açores está também a implementação “nos próximos tempos” de alguns projetos na área da assistência médica em São Miguel e, posteriormente, noutras ilhas, tendo Augusto de Athayde frisado o facto de o arquipélago ser uma zona sujeita a cataclismos naturais e uma zona sísmica.
“A nossa função é melhorar o sofrimento humano com uma perspetiva humanitária de paz, concórdia e amor cristão”, disse.
A Ordem é reconhecida como um Estado Soberano, com características próprias, dirigido por um príncipe e grão-mestre.
Lusa