A Ordem dos Médicos francesa defendeu hoje, pela primeira vez, que um colégio médico possa decidir aplicar uma “sedação terminal” a pacientes em fim de vida que tenham feito “pedidos persistentes, lúcidos e reiterados” nesse sentido.
Invocando um “dever de humanidade”, mas sem utilizar diretamente o termo eutanásia, a Ordem defende, num texto hoje publicado, que estes casos de “assistência a morrer” sejam reservados a “situações excecionais”, como certas “agonias prolongadas” ou dores “incontroláveis”, às quais a lei atual não dá resposta.
“Perante pedidos persistentes, lúcidos e reiterados da pessoa, afetada por uma doença para a qual os cuidados curativos se tenham tornado ineficientes e os cuidados paliativos tenham sido iniciados, uma decisão médica legítima deve ser tomada perante situações clínicas excecionais, desde que sejam identificadas como tal, não por um único médico, mas por uma formação colegial”.
Lusa