Ourives micaelense começou hoje a ser julgado

tribunalPaulo Vale, ourives e guardião do tesouro do Senhor Santo Cristo dos Milagres começou hoje a ser julgado pelo crime de receptação de objectos roubados.
O arguido negou conhecer a valiosidade de 2 castiçais, roubados da Igreja de São Pedro, de Ponta Delgada, por ele comprados.
Os castiçais foram roubados em Outubro do ano passado do altar da capela da Igreja de São Pedro e, o autor confesso do crime, vendeu-os à empresa de Paulo Vale, que compra metais preciosos para fundir, e para concretizar o negócio disse que os castiçasis tinham sido uma herança de família.
Ao que parece, Paulo Vale acreditou.

 
Apesar de ser avaliador oficial da Inprensa Nacional Casa da Moeda, lidar de muito de perto com peças de arte sacra, declarou que nada o fez supor que os castiçais seriam tão valiosos: peças do final do século XVIII.
O mesmo foram dizer ao Tribunal três testemunhas de defesa: os castiçais não têm marca alguma que os identifique como peças de arte sacra ou sequer os reporte ao século XVIII, tendo pago 298 euros, quando valem 16 mil euros.

O autor do roubo afirmou aos Juízes que Paulo Vale lhe propôs comprar outras peças do género, declarações que Paulo Vale nega.

 

Nas alegações finais, o Ministério Público admite que não ficou provada a responsabilidade dolosa de Paulo Vale e, por isso, pede como penalização apenas uma pesada multa.

A leitura da decisão do Colectivo de Juízes está marcada para o dia 17 de Abril.

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