Pais dizem que passar do 8º para o 10º ano só com prestação de provas é injusto

escola educacao professoresA Confederação Independente de Pais considerou, hoje, sexta-feira, que a medida do Governo que aposta na passagem, apenas com a prestação de provas, de alunos do 8º para o 10º ano, é injusta.

A presidente da Confederação Nacional Independente dos Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), Maria José Viseu, não está de acordo com a medida que prevê que os alunos retidos no 8º ano com mais de 15 anos possam realizar provas que lhes permitam o acesso directo ao 10º ano de escolaridade.

Esta medida prevê que os alunos nesta condição possam realizar exames escolares relativos ao 9º ano, bem como efectuar as provas nacionais das disciplinas de Português e Matemática.

“É uma medida geradora de alguma injustiça para os alunos que são obrigados a frequentar o 9º ano de escolaridade, que não tenham obtido sucesso educativo e sejam obrigados a fazer exames do 9º ano”, afirma.

A medida não é inovadora pois já anteriormente estava previsto que alunos pudessem aceder ao 10º ano desde que obtivessem aproveitamento nas provas nacionais. O que é inovador na medida é o facto de já não ser necessário frequentar as disciplinas do 9º ano para transitarem.

Maria José Viseu considera que o caminho passa pela apresentação de novas medidas que possam prestar auxilio aos alunos com dificuldades, sem no entanto, cometer injustiças relativamente aos restantes alunos. Defende ainda que esta medida não resolve um problema de insucesso escolar, mas contribui sim para o seu agravamento.

A presidente do CNIPE afirma que não se deve “tentar ultrapassar etapas para que eles, com 16 anos, estejam efectivamente no 10º ano de escolaridade, que seria a sua idade normal”.

Defende que a alternativa está na prestação de apoios às escolas através de equipas multidisciplinares e outros meios, para evitar o insucesso desses alunos e para que não fosse necessário medidas para queimar etapas no seu percurso académico.

 

 

 

 

JN

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