“Esta pequena ave tem uma resiliência impressionante: chega a viver mais de 20 anos, a maior parte do tempo no mar. Estamos a falar de uma avezinha de 50 gramas que resiste às tempestades que assolam o Atlântico, ano após ano”, diz, citada em comunicado, a coordenadora da SPEA Açores, Azucena de la Cruz Martín.
A votação decorreu de 14 de janeiro a 4 de fevereiro, através de um formulário online disponibilizado pela SPEA que desafiava a escolher entre o painho-de-monteiro e a gaivota-de-audouin para Ave do Ano.
O painho-de-monteiro obteve 80% dos 1.580 votos recebidos e, ao longo deste ano, a SPEA irá celebrar a espécie e alertar para os perigos que correm as aves marinhas e, em particular, as aves que dependem de ilhas.
“Esta espécie apenas existe nos Açores, e só nidifica em alguns pequenos ilhéus junto às ilhas da Graciosa, das Flores e possivelmente do Corvo”, informa a SPEA no comunicado.
Está, por isso, muito vulnerável a qualquer ameaça a estas colónias, como a chegada de ratos e outros predadores que não ocorrem naturalmente nestes ilhéus.
Também no mar as aves marinhas enfrentam ameaças muito sérias, tais como a captura acidental em artes de pesca, a poluição luminosa e o lixo marinho.
Em 2018, a SPEA lançou o Plano de Ação Internacional para a Conservação do painho-de-monteiro para ajudar a proteger a espécie endémica dos Açores.
As ações prioritárias do plano, que incluem a recuperação de habitat, planos de biossegurança, avaliação do impacto de predadores introduzidos e a monitorização do estado das populações da espécie, estão a ser desenvolvidas na ilha Graciosa através do Projeto LIFE IP AZORES NATURA.