Parceiros sociais pedem revisão do Plano Operacional dos Açores 2030

O Conselho Económico e Social dos Açores (CESA) sugeriu hoje que a anteproposta do Plano Operacional dos Açores (POA) 2030 “seja revista” por ser “comedidamente enquadrada” e “pouco informativa”, devendo reforçar os apoios ao setor privado.

De acordo com o CESA, o POA 2030 é um documento da responsabilidade do Governo Regional que “se apresenta comedidamente enquadrado, pouco informativo e clarificado”, com uma “fundamentação técnica pouco desenvolvida, com referência a indicadores pouco atualizados, sem uma análise dos impactos perspetivados face às medidas propostas”.

É ainda “omisso quanto aos procedimentos que serão realizados até que seja fechada a repartição do envelope financeiro que está em análise”, refere-se em nota de imprensa.

O CESA saúda como “positivo o aumento do peso do Fundo Social Europeu + (FSE) em prol do FEDER-Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, tendo em conta a “deficiência estrutural dos Açores nas áreas sociais e da educação/formação”.

Mas aponta, “em termos reais, um poder financeiro inferior ao anterior POA, em que a inflação foi, em média, positiva ao longo dos últimos períodos”.

O organismo considera que o POA 2030 possui “uma clara valorização dos apoios para o setor público em detrimento do setor privado; uma redução preocupante do apoio à competitividade empresarial, à investigação, desenvolvimento e inovação e à educação e um claro favorecimento às medidas de qualificação do emprego, saúde e sustentabilidade ambiental”.

“Acresce que este programa operacional devia explicitamente inscrever nos seus objetivos a demografia, bem como assinalasse as medidas tendentes a inverter a tendência de despovoamento e envelhecimento que está a ocorrer nas diferentes ilhas do arquipélago dos Açores, tal como ficou evidenciado nos resultados do Censo de 2021, com especial gravidade para algumas ilhas”, refere o CESA.

De acordo com os parceiros sociais, o documento “carece de consistência e fundamentação nas medidas de promoção da igualdade de género e das pessoas com deficiência ou incapazes”.

O CESA sugere que o documento “seja revisto, por sofrer de alguma qualidade técnica, clarificação e fundamentação, mas, particularmente para que o setor privado seja reforçado, a nível da distribuição financeira dos apoios”.

Pretende-se desta forma uma “maior aposta na inovação e na competitividade da economia transacionável e de exportação”, com uma estratégia que “contribua para minimizar os problemas de pobreza e demografia, promova a coesão social, a igualdade de género, que crie e riqueza e melhore a convergência económica da região”.

 

 

Lusa

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