Os parceiros sociais nos Açores elegeram hoje “o combate intransigente” ao desemprego, a aposta no investimento reprodutivo e uma melhor afetação dos recursos da região como prioridades para o orçamento regional de 2014.
“Neste momento, atendendo às dificuldades que os trabalhadores açorianos e as famílias atravessam, é preciso dar uma grande importância à parte social”, disse Vítor Silva, dirigente da CGTP-In, em declarações aos jornalistas.
O dirigente sindical falava após uma audiência com o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, que iniciou hoje uma ronda de contactos, com parceiros sociais e partidos políticos, no âmbito da auscultação sobre as propostas de Orçamento Regional e de Plano Anual para 2014.
A questão do desemprego, que “tem crescido de forma muito significativa na região”, foi uma das preocupações levadas pela CGTP até ao presidente do Governo Regional, tendo Vítor Silva alertado para a necessidade de “encontrar formas” para combater o problema “não só no curto prazo, como a longo prazo”.
“É fundamental criar trabalho, mas é preciso criar trabalho com salários justos e com condições dignas”, disse, indicando que os sindicatos têm registado um “aumento muito significativo” de reclamações de trabalhadores.
A CGTP volta ainda a apresentar para 2014 uma proposta de aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional, para garantir o poder de compra das famílias.
Francisco Pimentel, da UGT/Açores, disse ter transmitido a Vasco Cordeiro “duas preocupações fundamentais”, que “são repetidas dos anos anteriores”: a necessidade de “combate intransigente ao desemprego e, para isso, a aposta no investimento reprodutivo”.
Já Sandro Paim, presidente da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, realçou a necessidade de “uma melhor afetação dos recursos da região”, nomeadamente no que diz respeito “à vertente de dinamização da base produtiva regional”.
“Sabemos que dificilmente é possível aumentar o bolo total do orçamento do plano de investimento. Agora, devemos é reafetar este investimento para o que terá um impacto maior na nossa economia, na criação de emprego e na dinamização da economia”, sublinhou.
A redução das importações, o aumento das exportações e o turismo foram outros aspetos que referiu, defendendo que devem ser potenciados “não só pelo plano de investimento, mas também por um Quadro Comunitário de Apoio que está a entrar [em vigor no início de 2014]”.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, considerou importante o investimento do Governo açoriano num setor “vital” para a economia da região, defendendo um “aumento das verbas”, essencialmente, para as áreas das infraestruturas e na política dos transportes.
“A crise será ultrapassada com mais apoio no setor agrícola e a própria economia, de uma forma transversal, também beneficia com mais apoio na agricultura”, referiu.
O presidente da Federação das Pescas dos Açores, José António Fernandes, apontou a necessidade de investimentos para “a melhoria do sistema de frio da região e de máquinas de gelo”.
“Temos obras enormes a solicitar ao Governo Regional, até porque tem sido feito um investimento bastante grande nos Açores na grande parte das ilhas”, acrescentou.
Lusa