Foi hoje apresentada no LREC, Laboratório Regional de Engenharia Civil, em Ponta Delgada, uma parede de reacção.
Só existe uma estrutura semelhante em Itália, declarou esta manhã José Contente, o secretário da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, salientando o potencial da utilização deste sistema para situações de teste e avaliação de risco sísmico, em estruturas como edifícios, pontes, e outras:
Esta inovadora ‘parede de reação’ envolveu um investimento de 1,5 milhões de euros, do governo açoriano e de fundos comunitários, tendo o secretário regional José Contente declarado que este sistema coloca o arquipélago “no topo da tecnologia“.
“É mais um passo para a segurança dos edifícios nos Açores“, frisou José Contente, salientando que este equipamento “pode dar um contributo para que a construção civil tenha mais patamares de segurança“.
A definição de um modelo de segurança e construção para regiões com actividade sísmica, como os Açores, pode ser facilitada com a ‘parede de reação’ hoje apresentada em Ponta Delgada, única no país e a segunda maior da Europa.
“Esta ‘parede de reação’ pode contribuir para novas tecnologias e novas implementações ao nível da segurança estrutural“, afirmou Mário Fragoso, autor do projeto e engenheiro no Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC).
A infraestrutura foi construída entre 2003 e 2006 está ligada a um sistema de controlo digital que permite estudar a resistência estrutural dos edifícios e, a partir daí, determinar se as construções foram bem projetadas, tendo em conta as solicitações sísmicas.
A nova ‘parede de reação’, única em Portugal, já foi sujeita a vários testes, pelo que se encontra disponível para testar a resistência de infraestruturas.
“Esta ‘parede de reação’ permite a realização de ensaios pseudo-dinâmicos sobre modelos de estruturas de edifícios construídos à escala natural, sendo possível aplicar a essas estruturas ações verticais estáticas na ordem das 1000 toneladas e ações horizontais cíclicas até 150 toneladas“, salientou António Calado, outro dos engenheiros envolvidos no projeto.
Nesse sentido, o LREC está a trabalhar num modelo idêntico às infraestruturas usadas no Centro Histórico de Ponta Delgada, de forma a estudar os efeitos reais em caso de sismo.