Parlamento açoriano aprova preservação do património da extinta açucareira SINAGA

Os deputados da Assembleia dos Açores aprovaram, por unanimidade, três iniciativas, da IL, PAN, e PSD, para preservar o património da SINAGA, na ilha de São Miguel, açucareira que foi extinta pelo Governo Regional.

As três iniciativas foram debatidas em conjunto, sendo que a proposta do PAN “recomenda ao Governo a proteção e reconversão do património da SINAGA” e a da IL propõe “a criação de um Núcleo Museológico da Indústria Açoriana dos séculos XIX e XX”.

O projeto social-democrata pede ao executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) a “reconversão da Casa da Balança”, edifício daquela antiga açucareira em Vila Franca do Campo, “em equipamento social”.

Na apresentação, o deputado liberal Nuno Barata advogou que a criação de um núcleo museológico permite evocar a “perseverança do povo açoriano” e destacou que as instalações da SINAGA estavam a ser “saqueadas” até à submissão da proposta da IL no parlamento açoriano.

O deputado do PAN, Pedro Neves, afirmou que o património da açucareira “representa um marco secular da agroindústria açoriana” e considerou “fundamental” classificar aqueles bens como de “interesse público pelo seu valor cultural”.

A parlamentar do PSD Sabrina Furtado enalteceu o “valor social, paisagístico e cultural” da Casa da Balança, que, defendeu, deve ser “adaptada à criação de valências sociais” e reconvertida num “espaço de usufruto público”.

Na discussão, o Governo dos Açores, através da secretária da Cultura, Ciência e Transição Digital, Susete Amaro, elogiou as três propostas, salientando que “existe pouca coisa” na região ao nível da “arqueologia industrial”.

“Da nossa parte, nós acolhemos com vontade essas propostas e achamos que elas são muito positivas para a preservação do património da nossa região”, declarou a governante.

O deputado do CDS-PP Rui Martins considerou que aquele património tem um “potencial interessante para criar oferta cultural dos Açores”, ressalvando, contudo, que estão em causa “investimentos consideráveis” e que o “desmantelamento” da fábrica começou em 2018.

Antes da votação, mas já antevendo o sentido de voto das bancadas, o líder parlamentar do PPM, Paulo Estêvão, afirmou que a aprovação dos diplomas “prova que da parte do Governo Regional e da maioria que o sustenta não existe outro propósito que não o de salvar e valorizar o rico patrónimo” da fábrica.

A deputada do PS Célia Pereira defendeu a classificação daqueles bens como de “interesse público” e elogiou a parte do diploma do PAN que defende a criação de um concurso de ideias para a “apresentação de conceitos” para os imóveis da SINAGA.

A parlamentar do BE, Alexandra Manes, também elogiou as propostas e advogou que “quanto mais unidades museológicas” a região tiver, “mais diversificada será a sua oferta e maior será o seu legado”.

Já o deputado independente Carlos Furtado disse ser necessário “honrar” os industriais do final do século XIX e início do XX e apelou a que seja dado um “destino prático” aos imóveis da SINAGA.

A Fábrica do Açúcar foi instalada na freguesia de Santa Clara, em Ponta Delgada, em 1906, tendo sido comprada pela SINAGA em 1969. Desde 2010, tinha uma participação de 51% do Governo Regional.

A Fábrica do Álcool da Lagoa foi a primeira a surgir em São Miguel em 1882, sendo que atualmente é ainda propriedade da SINAGA.

 

 

Lusa

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