Parlamento aprova resolução para nova audição do director da RTP/Açores

A Assembleia Legislativa dos Açores aprovou ontem, por unanimidade, uma proposta do PS para os deputados voltarem a ouvir o director da RTP/Açores, na sequência das polémicas que envolvem a empresa.

 

 

Hernâni Jorge, da bancada socialista, justifica a apresentação da proposta com “as notícias recentes” sobre alegadas pressões do Governo à rádio e televisão pública dos Açores e também com a demissão de algumas chefias da RTP.

O PS quer ainda avaliar, como já o fez há um ano, qual o grau de execução do serviço público de rádio e televisão nas ilhas.

Clélio Meneses, do PSD, concordou com esta nova audição a Pedro Bicudo, por entender que a RTP está a atravessar “um período conturbado”, quer em termos de organização interna, quer em termos de financiamento, que justifica agora clarificar.

A situação da rádio e televisão dos Açores “está pior do que há um ano”, no entender do deputado Artur Lima, do CDS/PP, que lamenta que desde a primeira audição ao director da empresa nos Açores (há um ano), os problemas se tenham agravado em vez de terem ficado resolvidos.

Também Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, entende que os últimos acontecimentos na RTP “descredibilizam” a empresa, além de provocarem “instabilidade nos profissionais”, situação agravada pelo “centralismo paralisante” do conselho de administração e pela “falta de meios, pessoal e instalações”.

O deputado Aníbal Pires, do PCP, aproveitou o debate em plenário em torno da proposta do PS, para repetir as acusações de “ingerência do Governo na RTP”, adiantando que “não vale a pena fazerem ameaças”, porque não tem medo de “provar” as acusações “no local próprio”.

Acusações repetidas também por Paulo Estêvão, do PPM, que diz que a “situação vulnerável da RTP” deve-se, em parte, ao Governo Regional, que aproveita as fragilidades financeiras da empresa para exercer “pressões políticas” junto das chefias e “controlar” o trabalho dos jornalistas.

André Bradford, secretário regional da Presidência, recusou prontamente estas acusações, explicando no Parlamento que não se deve confundir ingerência com uma eventual crítica ao trabalho de um jornalista.

“O Governo regional, como qualquer instituição, como qualquer cidadão, pode criticar o trabalho de um jornalista e pode exigir explicações à RTP”, clarificou o governante, acrescentando que isso não representa qualquer tipo de pressão política.

O director da RTP/Açores já foi ouvido pela comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho, em Fevereiro de 2008, e denunciou, na altura, a falta de meios materiais, humanos e financeiros para um adequado desempenho do serviço público de rádio e televisão na Região.

 

 

in Lusa/AO online

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