O parlamento dos Açores aprovou hoje por unanimidade uma recomendação ao Governo Regional para que crie um atlas do património imaterial do arquipélago. A iniciativa partiu do PPM e recebeu o voto favorável de todos os outros partidos com assento na Assembleia Legislativa dos Açores: PS, PSD, CDS-PP, BE e PCP. No texto da resolução, o PPM escreve que os Açores “possuem, reconhecidamente, um elevado potencial nos diversos domínios do património cultural imaterial” cujos domínios, definidos pela UNESCO (a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), integram “tradições e expressões orais, incluindo a língua (.), artes do espetáculo, práticas sociais, rituais e eventos festivos, conhecimentos e práticas relacionadas com a natureza e o universo de aptidões ligadas ao artesanato tradicional”. O PPM destaca que a Unesco “estabelece uma relação mutuamente dependente entre as noções de património cultural imaterial e de desenvolvimento sustentável”. “Ora, esse é precisamente o modelo de desenvolvimento económico que a autonomia projeta para o futuro dos Açores. O nosso desenvolvimento económico deve preservar as práticas ecológicas tradicionais, amplamente presentes no nosso património cultural imaterial, assim como fomentar novas áreas de desenvolvimento ancoradas na riqueza e na diversidade do nosso património cultural”, acrescenta. No texto, o deputado do partido monárquico, Paulo Estêvão, sublinha ainda que “o enorme potencial que resulta da associação entre turismo e património cultural é algo absolutamente evidente”, referindo que “vários territórios autónomos com elevado potencial turístico” iniciaram “ambiciosos trabalhos de inventariação do seu património cultural imaterial”. Para o PPM, e dadas as “dificuldades que enfrenta o setor turístico”, a elaboração de um “Atlas do Património Imaterial dos Açores” é “uma iniciativa de alto valor estratégico”. O texto aprovado por todos aos partidos pede ao Governo Regional que elabore este atlas “assegurando a mais ampla participação possível das comunidades, dos grupos e dos indivíduos que criam, mantêm e transmitem tal património”.
Lusa