Na apresentação e debate destas iniciativas, todos os grupos parlamentares destacaram que são cada vez mais os relatos e denúncias que chegam aos deputados de casos de crianças que chegam à escola em jejum, tendo os partidos da esquerda considerado que se trata de mais uma consequência das políticas de austeridade que cortaram apoios sociais e salários.
Apesar do consenso em torno da criação com urgência de um programa de fornecimento de pequenos-almoços nas escolas a crianças com carências alimentares, os partidos da maioria PSD e CDS rejeitaram apoiar as iniciativas da esquerda e chegar a um consenso durante o debate na especialidade, como pediu o PS e o Bloco de Esquerda que, através da deputada Ana Drago, sublinhou que este não é um “debate ideológico”.
O deputado Amadeu Albergaria, do PSD, respondeu que “o que interessa é resolver o problema”.
“E a nós parece-nos que a resolução mais rápida é recomendar ao Governo com urgência que crie os mecanismos necessários para que estes casos deixem de ser um problema que afeta as nossas famílias e as nossas escolas. Porque fazer um projeto de lei, que poderá eventualmente entrar em vigor com o próximo orçamento, não tem a urgência suficiente e por isso dizemos ao Governo, ao Ministério da Educação, que resolva com urgência este problema”, acrescentou.
Tanto CDS como PSD insistiram em que deve ficar assegurado que beneficiarão destes pequenos-almoços apenas as crianças que efetivamente necessitam e têm carências alimentares, o que levou o PEV e o BE a criticarem os dois partidos.
O Bloco sublinhou que essa questão é muito simples de resolver, já que teriam acesso ao programa os alunos que chegam em jejum às escolas. A inscrição no programa, acrescentou o PEV, caberia aos encarregados de educação.