A afirmação foi feita por José Cascalho num jantar que juntou ontem aderentes e simpatizantes do Bloco de Esquerda.
Num jantar que juntou ontem aderentes e simpatizantes do Bloco de Esquerda na ilha Terceira, o primeiro candidato da lista do partido às eleições legislativas pelos Açores, José Cascalho, acusou os partidos que subscreveram o memorando com as imposições do FMI – PS, PSD e CDS – de, durante a campanha, esconderem os compromissos assumidos que são “altamente penalizadores para a Região”.
O candidato do Bloco enumerou mesmo as medidas mais graves para os Açores que este documento estabelece: aumento de impostos – IVA, IRS e IRC –, redução das comparticipações na saúde, cortes na administração local e regional de 20% ao ano, redução de 2% dos trabalhadores da função pública por ano, e cortes nas transferências do Estado para a Região em, pelo menos, 20 milhões de euros por ano.
Perante estas medidas, que vão empurrar o País os Açores para uma recessão profunda, porque não criam emprego nem resolvem o problema da dívida nem do défice, o Bloco de Esquerda apresenta alternativas: “Só protegendo os salários, os apoios sociais, promovendo o investimento e o crescimento da economia é que será possível pagar a dívida. Mas para isso, é preciso taxar as mais valias financeiras e urbanísticas, decretar o fim do segredo bancário, taxar a banca, e taxar as transferências para off-shores, por exemplo. Esta é a reforma fiscal que propomos para obter o dinheiro necessário para investir na economia e no emprego”, disse José Cascalho.
O candidato do BE voltou ainda a criticar fortemente as privatizações de ANA, TAP, CTT e Caixa Geral de Depósitos, empresas lucrativas que “vão ser vendidas ao desbarato”.