Os representantes dos três partidos estiveram reunidos, em separado, com dirigentes sindicais representativos dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes e exigiram a “manutenção” dos postos de trabalho face à ameaça de despedimentos.
Aníbal Pires, coordenador regional do PCP, propôs que a Assembleia Legislativa dos Açores discuta o futuro da base, especialmente nesta altura em que está iminente a redução de pessoal.
“O PCP vai propor que o parlamento se pronuncie, por iniciativa própria, sobre os contornos de uma eventual revisão do acordo laboral da Base das Lajes”, afirmou.
Para Aníbal Pires, a anunciada redução de trabalhadores resulta de um problema “conjuntural”, recordando que os postos de trabalho portugueses que existem na Base das Lajes são “a única contrapartida” que Portugal tem pela utilização daquela infraestrutura pelos norte-americanos.
No mesmo sentido, Paulo Estevão, líder regional do PPM, considerou “inaceitável” a eventual diminuição da “quota de trabalhadores” portugueses na Base das Lajes, atualmente cerca de 750.
“Diminuir ainda mais a mão-de-obra é tirar o interesse que nós temos em manter uma base norte-americana nos Açores”, afirmou, acrescentando que pretende ainda que seja esclarecido se foi Portugal ou os EUA quem despoletou o processo negocial para revisão do acordo da Base das Lajes.
Por seu lado, Paulo Mendes, adjunto do Grupo Parlamentar do BE/Açores, defendeu a necessidade de salvaguardar os direitos dos trabalhadores em caso de despedimento, embora entenda que se devem manter os postos de trabalho.
“Caso os EUA decidam mesmo avançar com os despedimentos, terão que ser garantidas indemnizações quer aos trabalhadores, quer à Região, bem como contrapartidas sociais significativas às pessoas despedidas”, frisou.
Paulo Mendes recordou que o BE/Açores defende “há vários anos” a necessidade de se estudar a reconversão da base militar, lamentando que a perda de postos de trabalho se possa transformar numa “machadada profunda” em matéria de desemprego nos Açores.
Lusa