Passageiros retidos na ilha Terceira regressam hoje a São Miguel de barco

Cerca de 400 pessoas embarcaram esta terça-feira no navio “Express Santorini” na Praia da Vitória, na ilha Terceira, rumo a Ponta Delgada, em São Miguel, impossibilitadas de viajar de avião devido às condições meteorológicas e à greve da SATA.
 

A maioria dos passageiros, que partiu esta terça-feira no navio da Atlânticoline por volta das 15:30, chegou à ilha Terceira na segunda-feira à noite e esta terça-feira de manhã, em voos que tinham como destino Ponta Delgada, mas que foram desviados devido às condições meteorológicas adversas.

Outros passageiros tinham viagens marcadas entre a Terceira e São Miguel para esta terça-feira, mas a companhia aérea telefonou-lhes oferecendo esta solução, dada a imprevisibilidade da realização de outros voos ao longo do dia, perante à greve marcada entre esta terça-feira e quinta-feira, dia 25.

À hora de embarque, no Porto da Praia da Vitória, os ânimos estavam pouco exaltados, mas ainda assim houve quem dissesse que a situação era “uma vergonha”.

“Isto não se faz. É largar como cães e ir embora”, salientou uma das passageiras que chegou esta manhã à ilha Terceira, num voo da TAP, alegando que a alternativa que a companhia aérea lhe deu foi o regresso a Lisboa.

Alguns passageiros que chegaram à Terceira na segunda-feira queixaram-se também da falta de aviso da SATA, que terá adiado o horário de voo por várias vezes antes optar pela viagem de barco, acrescentando que só foram informados desta opção pelas funcionárias do hotel em que passaram a noite.

“A gente paga um bilhete de avião e vai de barco?”, questionou outro passageiro, alegando que a companhia aérea não o informou do reembolso do preço pago pela passagem de avião não usufruída.

Entre os passageiros estava também o piloto romeno Florin Tinscescu, que se deslocava para São Miguel para participar no SATA Rallye Açores e ficou retido com toda a sua equipa.

Os pilotos perderam assim a fase de reconhecimento das viaturas, que se realizava hoje, e vão ter menos tempo para descansar para as provas, o que Florin admitiu ser “um problema”.

Houve também quem criticasse as datas escolhidas pelos trabalhadores da SATA para se manifestarem. “Todos temos direito à greve, mas numa altura em que se gasta milhares a fazer publicidade aos Açores, porquê nestes dois períodos?”, apontou uma das passageiras, referindo-se à realização do SATA Rallye Açores e das festas religiosas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

A operação de 2013 da Atlânticoline só deveria arrancar no próximo dia 02 de maio, por isso, segundo Carlos Reis, presidente do conselho de administração da empresa pública, “o navio não estava devidamente preparado”, nomeadamente no que diz respeito ao bar e ao restaurante.

Os voos que foram desviados para a Terceira na segunda-feira chegaram de Lisboa e de Arlanda (Suécia) e o de esta manhã levantou de Lisboa.

A greve, que se repete nos dias 2, 3 e 4 de maio, foi convocada pela não aplicação na SATA de um acordo que os mesmos sindicatos assinaram com a administração da TAP com vista a evitar cortes salariais entre os 3,5% e os 10% previstos no Orçamento do Estado de 2013.

O Governo Regional dos Açores, que tutela a SATA, recusa aplicar o acordo afirmando que no caso da companhia aérea açoriana só seria possível fazê-lo violando a lei do Orçamento do Estado.

 

Lusa

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