Durante uma conferência no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa, Pedro Passos Coelho assinalou que a Comissão Europeia deu quatro anos a Portugal, incluindo o atual, para reduzir o défice para três por cento.
Nesse período, o país precisa realizar “reformas estruturais” e de “diminuir o peso do Estado” com “programas de combate ao desperdício”, caso contrário não estará em condições de “evitar nova situação de défice excessivo possa ocorrer passado pouco tempo”, disse.
O presidente do PSD destacou a mobilidade como fator de produtividade que falta ao país: “As sociedades que exibem uma mobilidade dos trabalhadores são aquelas que se ajustam mais rapidamente aos choques e às crises. Nós temos tido dificuldades em nos ajustarmos a esta crise porque não temos mobilidade”.
Passos Coelho disse, por isso, querer “dinamizar o mercado de arrendamento” português, que, defendeu, “não funciona” e tem rendas “demasiado elevadas”.
Por outro lado, o presidente do PSD defendeu a necessidade de “flexibilizar mais o mercado do emprego”, ressalvando que não quer “liberalizar os despedimentos” e considerando que “uma coisa não tem que ver com a outra”.
Sem adiantar por enquanto detalhes destas reformas, Passos Coelho manifestou-se convicto de que elas podem ser feitas “mobilizando o país”.
O presidente do PSD alegou que, sem se reformar e sem reduzir o peso do Estado, Portugal “não irá à falência seguramente”, mas os portugueses viverão “consideravelmente pior do que hoje e os serviços públicos perderão muita da qualidade que ainda vão exibindo”.
“Penso que podemos modificar o país de acordo com esta nossa vontade, não esperando que venha aí um qualquer FMI ou outra instituição internacional dizer o que é que temos de fazer em nosso lugar”, concluiu.