O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República, Paulo Moniz, defendeu hoje que a Base das Lajes, na Ilha Terceira, receba a Cimeira União Europeia-EUA a realizar no primeiro semestre de 2021, tendo questionado o Primeiro Ministro António Costa nesse sentido.
O social democrata falava durante o debate preparatório para o Conselho Europeu (CE), onde salientou que, “tendo Portugal a presidência da UE, justifica-se que a cimeira seja na Base das Lajes, pela posição geopolítica e pela importância renovada que a pandemia veio fazer sobressair”, afirmou.
Refira-se que o Presidente do CE, Charles Michel, pôs à consideração dos líderes um duplo convite ao presidente eleito dos Estados Unidos da América para duas cimeiras UE-EUA, a primeira virtual e a segunda presencial, durante o primeiro semestre de 2021.
Segundo Paulo Moniz, “o governo português terá uma palavra muito importante na definição do local de realização dessa conferência física”, numa altura em que a nova agenda UE-EUA para uma mudança global – aprovada esta quarta-feira e que será colocada à apreciação do CE – engloba “uma lista de áreas de cooperação”.
O deputado açoriano destacou que, “os seus pontos não constituem surpresa: a resposta à pandemia; a proteção do planeta; a tecnologia, o comércio e as normas internacionais pelas quais se devem reger; um mundo mais seguro, mais desenvolvido e mais democrático”, elencou.
Sobre o CE da próxima semana – tem lugar nos dias 10 e 11 -, Paulo Moniz diz que será “o mais importante do resto das nossas vidas”, uma vez que a sua última reunião “aprovou o conjunto de programas e instrumentos de resposta aos tempos de crise sanitária económica social. E, segundo a OCDE, Portugal foi o país europeu economicamente mais afetado pela crise associada à pandemia”, adiantou.
“Sem tempo para negociar um novo Quadro Financeiro Plurianual ou organizar um plano alternativo ao Fundo de Recuperação, os cidadãos europeus e portugueses esperam ver surgir soluções para as suas vidas suspensas”, considerou o social democrata.
“Há, pois, uma urgente necessidade de agir, de lançar a recuperação económica de forma imediata. Mesmo se a saúde é a nossa grande prioridade”, acrescentou.
Paulo Moniz lembrou que o governo português apresentou um Plano de Resiliência e de Recuperação a Bruxelas, “ao qual faltou a hierarquia de prioridades, a devida quantificação, detalhe e calendarização, e os pressupostos mínimos de solidez e consistência exigíveis a qualquer plano”.
“Portugal tem de executar, e saber gastar bem, um montante de 57,9 mil milhões de euros nos próximos dez anos”, avisa o social democrata, recordando que tem havido “demasiados erros na utilização dos apoios europeus, a começar pelo próprio Estado”
“Temos assim uma derradeira oportunidade de empreender a modernização e as reformas de que o nosso país tanto precisa e de investimentos reprodutivos nas PME’s e tecido empresarial, num modelo sustentável de geração de recursos, reduzindo as desigualdades entre as pessoas e as assimetrias entre as regiões”, concluiu Paulo Moniz.