CDS/PP:Viseu foi o palco para exaltar unidade interna e mobilizar o partido para eleições

O 24.º Congresso do CDS-PP, que hoje terminou em Viseu, foi um palco privilegiado para o partido demonstrar a unidade interna à volta do líder Paulo Portas e de mobilizar os democratas-cristãos para eleições antecipadas que muitos dirigentes consideram já inevitáveis.

“Eleições” e “PEC” foram duas das palavras mais ouvidas ao longo da reunião magna dos democratas-cristãos, marcada desde há muito mas que acabou por se realizar no fim-de-semana que antecede a discussão e votação do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) no Parlamento e que poderá desencadear uma crise política em Portugal.

Por essa razão, Portas voltou a insistir no discurso “focado”, aproveitando para reiterar bandeiras do partido como a defesa da atualização das pensões mais baixas ou a flexibilização dos contratos a termo para combater o desemprego.

As críticas ao Governo e ao primeiro-ministro, acusado de estar mais preocupado com a sobrevivência política do que com o país, foram uma linhas orientadoras do discurso do líder e das principais figuras do partido.

No entanto, o PSD, que recusou previamente uma proposta de Paulo Portas para uma coligação pré-eleitoral justificada pela difícil situação económica e financeira do país, esteve presente em grande parte dos discursos que marcaram o Congresso e quase sempre pela negativa.

O líder democrata-cristão teve sempre a preocupação de frisar que o CDS-PP, numa eventual futura coligação com o PSD pós-eleições, não poderá ser subalterno e considerou que os 10 por cento conseguidos nas últimas eleições não foram obra do acaso e podem ser superados.

Outros dirigentes, como Nuno Melo – um dos mais aplaudidos do Congresso – consideraram que o melhor primeiro-ministro neste momento para Portugal seria Paulo Portas, num discurso já em tom de campanha eleitoral.

Internamente, o partido aprovou o fim da eleição direta do líder – ou seja, o próximo Congresso do partido já será eletivo – e a separação do cargo de líder do CDS do de presidente da comissão executiva, uma possibilidade que Portas salientou como de combate ao clientelismo e à separação dos assuntos de Estado do partido.

O nome para este cargo só virá a ser aprovado mais tarde em Conselho Nacional – no caso do CDS ser Governo e Portas ministro – e, questionado sobre a possibilidade de ocupar este lugar, Nuno Melo manifestou-se agradado com as “manifestações de carinho” que recebeu no Congresso mas lembrou que tem um mandato de eurodeputado para cumprir.

O movimento Alternativa e Responsabilidade (AR), única tendência organizada de oposição interna, manteve os 12 lugares que tinha no Conselho Nacional, o “parlamento” do partido.

Para o núcleo duro do partido, Portas chamou alguns novos nomes, como o histórico José Luís da Cruz Vilaça, o jurista Adolfo Mesquita Nunes, a vereadora Mariana Ribeiro Ferreira ou o deputado Nuno Magalhães, estes dois últimos subindo a vice-presidentes.

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here