“O ministro Jaime Silva, em vez de ter procurado participar numa união de países para travar o desmantelamento das quotas, dado que não há estudos efectivos sobre o impacto que isso vai ter na vida dos produtores, conformou-se e capitulou”, afirmou Paulo Portas.
O líder popular, que falava aos jornalistas durante uma visita à Feira de Santana, no concelho da Ribeira Grande, recordou que, em 2000, o fim das quotas leiteiras foi adiado para 2008 e, em 2003, foi remetido para 2005, defendendo que o ministro da Agricultura deveria ter adoptado outra atitude em Dezembro de 2008, quando esta questão foi decidida, em definitivo, pela União Europeia.
“Eu apelei a que fosse feito um estudo sobre o impacto que o fim das quotas tem na economia regional, porque, quando se acaba com um determinado regime, é preciso saber o efeito que isso tem em quem faz da produção de leite a sua vida”, afirmou.
Paulo Portas recordou que este é “um sector extremamente importante para Portugal em certas regiões”, como é o caso dos Açores, frisando que “uma parte das economias regionais portuguesas dependem em grande medida do leite”.
“Há uma situação difícil para os pequenos produtores relativamente ao preço a que vendem o litro de leite, o seu rendimento está a diminuir por causa do comportamento de algumas entidades monopolistas”, denunciou o líder popular.
Segundo Paulo Portas, o problema é que, além do fim das quotas leiteiras, a União Europeia também decidiu aumentar estas quotas até 2015, o que criou excedentes no mercado, gerando “preços ruinosos para os produtores”.
“As entidades monopolistas dão sinais de ostentação, basta ver os salários dos administradores, enquanto o pequeno produtor vive momentos muito difíceis”, frisou.
Paulo Portas, que se afirmou “muitíssimo preocupado” com o sector do leite em Portugal, salientou não ter visto até agora o ministro da Agricultura “a tomar posições firmes em defesa deste sector”.
“O nosso interesse nacional não foi defendido”, frisou, acrescentando que a defesa do interesse nacional em Bruxelas “significa procurar coligações de países que têm o mesmo interesse, fazer frente certos projectos da Comissão e pôr em causa certos dogmas quando é evidente que eles podem ser negativos”.
Lusa