O XI Congresso Regional do PCP/Açores realiza-se em 04 e 05 de abril, na Horta, anunciou hoje o coordenador regional do partido, que disse querer “ultrapassar as barreiras” da “expressão eleitoral” que os comunistas têm na região.
Em conferência de imprensa tida hoje, em Ponta Delgada, Marco Varela considerou que “o reconhecimento por parte da sociedade açoriana” da “influência social e política” do PCP nos Açores “não tem tido a correspondente expressão eleitoral” e afirmou ser necessário “ultrapassar essas barreiras” e intensificar a “ação junto do povo açoriano”.
O “momento alto na vida interna” do partido chega com o XI Congresso Regional do PCP, que acontece em 04 e 05 de abril, na cidade da Horta, ilha do Faial.
Este encontro servirá para “fazer uma análise dos últimos quatro anos e traçar as orientações para” o futuro, bem como a “estratégia para as batalhas eleitorais” que se avizinham, avançou Marco Varela.
O coordenador regional comunista considerou que o atual quadro parlamentar na região é marcado “negativamente pela existência de uma maioria absoluta” e salientou que “a influência social e política do PCP nos Açores e a importância da eleição de deputados para a Assembleia Legislativa da região é, não só reconhecida, mas geralmente considerada fundamental para a autonomia regional”.
Depois de se ter reunido este sábado em Ponta Delgada, a Direção Regional do PCP Açores (DORAA) traçou como prioridades “as questões do trabalho com direitos, do combate à precariedade laboral, do combate à pobreza e à exclusão social, da valorização salarial, dos rendimentos das famílias, dos complementos regionais de coesão, da justiça e do desagravamento fiscal, de dinamização do mercado interno, da fiscalidade e dos serviços públicos de qualidade e da tutela do ambiente”.
Apontando o dedo ao que consideram estar mal nos Açores, os comunistas denunciam que há “cerca de 80 mil pessoas a viver em situação de pobreza” na região, que “o número de precários ronda os 23.400, o que corresponde a 23% dos trabalhadores da região” e que “o salário mensal de um trabalhador açoriano é, em média, 100 euros mais baixo quando comparado com o de qualquer outro trabalhador português”, denotando um aumento do “fosso entre os salários médios dos trabalhadores do continente português e os dos Açores”.
O partido lamenta, ainda, o aumento do “custo de bens e serviços essenciais” e das “dificuldades no acesso à saúde”, bem como a restrição do “acesso à educação e ao conhecimento, nomeadamente ao Ensino Superior”.
Quanto a questões concretas, o PCP assume “a defesa dos postos de trabalho dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes” como a “contrapartida mais efetiva, senão única, face à utilização daquela infraestrutura pelos norte-americanos”, repudiando “a situação de 13 trabalhadores precários da Base das Lajes, alguns destes em funções desde 2001”, e reitera que as soluções encontradas para o abastecimento das Flores e do Corvo “nunca foram suficientes e sempre estiveram condicionadas”.
As duas ilhas do grupo ocidental estão com constrangimentos no abastecimento, depois de a passagem do furacão Lorenzo ter provocado a destruição total do porto comercial das Lajes das Flores.
Lusa