“Com uma monstruosa insensibilidade social, enquanto o PS diz ‘mata’, o PSD e o CDS dizem ‘esfola’”, afirmou o coordenador regional do PCP/Açores, Aníbal Pires, frisando que “isto não sucede apenas na República, mas também nos Açores”.
Na intervenção política que proferiu na Assembleia Legislativa dos Açores, Aníbal Pires salientou que “o PS/Açores, enquanto critica o Governo da República por encerrar serviços, vai disfarçadamente fazendo exatamente o mesmo”.
O coordenador dos comunistas açorianos considerou que o executivo regional socialista, “não satisfeito” com o encerramento de escolas e de unidades de saúde, avança agora para o fecho de postos de atendimento da Segurança Social “na tentativa de poupar alguns euros”.
“Vão ser 22 postos de atendimento da Segurança Social que passarão a ser assegurados através da RIAC [Rede Integrada de Apoio ao Cidadão], uma mudança que, parecendo inócua, levanta algumas questões e muitas preocupações”, afirmou Aníbal Pires, considerando “lamentável que se procure poupar à custa do sistema de solidariedade social”.
Na sua intervenção, Aníbal Pires criticou também a “brutalidade insensível” do ministro da Solidariedade Social, Pedro Mota Soares, na sequência das alterações introduzidas no regime do Rendimento Social de Inserção (RSI).
“No caso dos Açores, os efeitos vão ser ainda mais graves, tendo em conta a elevada proporção de beneficiários que trabalham e que recebem apenas uma pequena prestação e que a vão perder graças à brutalidade insensível do ministro do CDS”, afirmou.
Na resposta, o secretário regional da Presidência, André Bradford, frisou que “não é verdade” que o Governo dos Açores vá encerrar serviços de atendimento da Segurança Social, salientando que a mudança para a RIAC “não implica perda de serviços de proximidade, nem perda de qualidade”.
“O Governo Regional mantém uma política social e aumentou este ano os apoios sociais e não merece ser incluído no mesmo bolo que um Governo da República absolutamente insensível do ponto de vista social”, afirmou.
Esta posição foi rebatida por Clélio Meneses, do PSD, para quem o executivo regional socialista “construiu edifícios, mas retirou pessoas” das localidades.
“Por todo o lado, o que se ouve é o desânimo das pessoas, que sentem que não há vida nas freguesias”, frisou.
Por seu lado, Artur Lima, do CDS-PP, assumiu a defesa das medidas decididas pelo ministro da Solidariedade Social, considerando que é necessário “ajudar quem precisa e não quem tem dois carros à porta”.
“É preciso corrigir as injustiças que os senhores cometeram”, afirmou, dirigindo-se aos socialistas, que acusou de “promover a demagogia e o populismo”.
Lusa