Anibal Pires acusou hoje o Governo Regional de “demasiadas vezes“ não cumprir as propostas e promessas, mesmo quando aprovadas em Assembleia pelo PS, considerando que“ esta maioria absoluta faz de conta que dialoga, aprova propostas porque politicamente não tem como as reprovar mas a sua concretização fica, bastas vezes, adiada sine dia”.
Para o deputado comunista, “o hábito do poder absoluto fez com que o PS pura e simplesmente desistisse do diálogo democrático, ouvindo apenas a voz do líder e vendo os Açores sempre pintados de cor-de- rosa”, acusando o Governo Regional “de falta de vontade política ou incúria”, na limitação que impõe às propostas da oposição, em concreto às do Partido Comunista Português.
Em resposta ao debate parlamentar, que decorria na sessão plenária que decorre na Horta, o presidente do Governo Regional garantiu que “o Executivo esteve sempre disponível e interessado em ouvir os partidos políticos e os parceiros sociais, como se comprovou ao nível de diversos processos de audições ao longo da legislatura, mas também de propostas aprovadas na Assembleia Legislativa”.
Para Vasco Cordeiro existiram alguns aspetos que o Governo gostaria de ter avançado mais rapidamente nesta legislatura, defendendo que “isso não significa que o Governo não tenha feito nada, nem significa que estejamos a falhar neste combate. Isso significa que tenho a ambição que seja possível fazer um percurso mais rápido”, concluiu o Presidente do Governo.
Na sequencia das declarações de Aníbal Pires, José San-Bento desafiou a oposição a encontrar governação que mais tenha combatido a austeridade do que a dos Açores. Para o Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS as maiorias absolutas do Partido Socialista são “positivas, reformistas, dialogantes e anti-austeridade, com uma grande preocupação com a coesão social e a coesão de todas as ilhas dos Açores”.
Declarações que não convencem o “promotor” do debate, para quem “este constante adiar, protelar, limitar, reduzir, evitar a aplicação ou esquecer por completo as medidas que aprova no Parlamento Regional são, infelizmente, uma marca característica deste Governo e da maioria absoluta que o suporta… deixando o Governo Regional, mais ou menos discretamente, a aplicar ou não o que muito bem entende, sem ter de o sujeitar ao escrutínio democrático deste Parlamento constituído pelos representantes do Povo Açoriano”.
SM/Açores24Horas