PCP questiona nomeação do novo presidente da EDA

O PCP/Açores manifestou esta quinta-feira “preocupação” relativamente às opções do executivo regional sobre a elétrica açoriana EDA, questionando, entre outros aspetos, a nomeação do “mais contestado, inoperante e inábil” titular da Secretaria Regional da Economia para a presidência da empresa.
“Se Duarte Ponte tiver na EDA a mesma prestação que teve na Secretaria Regional da Economia, há razões para estarmos preocupados, muito, mas mesmo muito preocupados com o futuro da Eletricidade dos Açores”, afirmou o coordenador regional do PCP/Açores, Aníbal Pires, na declaração que proferiu no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores.

O deputado comunista frisou que Duarte Ponte “foi um dos piores governantes de que há memória”, considerando que a sua nomeação para a presidência da EDA é uma “compensação” pelo “serviço prestado ao PS/Açores e aos grupos económicos que as suas opções políticas foram beneficiando”.

Aníbal Pires dedicou toda a sua intervenção ao setor da eletricidade na região, destacando a importância da criação da EDA e a opção pela gestão pública desta área, mas também a aposta estratégica nas energias renováveis.

O deputado comunista acrescentou, no entanto, ter também “grandes preocupações”, frisando que “o sucesso e a eficácia não podem ser comprometidos por opções erradas e visões inadequadas”.

Nesse sentido, referiu o projeto de geotermia na Terceira, inicialmente apontado para uma produção de 12 megawatts, mas que apenas tem potencial para três megawatts.

“Entendemos as razões técnicas que tornam difícil uma previsão exata da capacidade produtiva, mas parece inegável que um tal diferencial entre o prometido e a realidade só se justificou para tentar iludir investidores e atrair capitais externos”, afirmou, recordando que já ali foram investidos 28 milhões de euros “sem qualquer perspetiva de retorno”.

Por isso, defendeu que “tem de haver responsabilização política dos que inflacionaram desta forma as expectativas e que andaram a esbanjar o dinheiro dos açorianos”, mas também que “se assegure a viabilidade de uma central de três megawatts”.

Aníbal Pires criticou ainda a distribuição de “milhões de euros em dividendos para os acionistas” da EDA, o aumento das tarifas pagas por famílias e empresas e a recusa de “justos aumentos salariais”.

Na resposta, o secretário regional do Ambiente, Álamo Menezes, lamentou a forma como Aníbal Pires se referiu a Duarte Ponte e abordou a questão da distribuição dos dividendos.

“A EDA é um exemplo de sucesso”, frisou, acrescentando que “felizmente ainda há quem perceba mais de eletricidade” do que o deputado comunista.

No mesmo sentido, Jorge Macedo, do PSD, considerou que “a ladainha e a cassete do PCP não convence os funcionários da EDA”, enquanto Artur Lima, do CDS-PP, salientou que o PCP “só pensa em aumentos de salários e em greves”.

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