Aníbal Pires, que falava à Lusa no final de uma reunião com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), salientou que o processo de privatização da empresa poderá vir a representar um custo adicional para os passageiros.
“As taxas aeroportuárias praticadas nos Açores são 23 por cento mais baratas do que no resto do país”, frisou, acrescentando que “vão certamente subir” no caso da ANA ser privatizada.
Aníbal Pires, que se manifestou “frontalmente contra” a privatização da empresa, receia também que o serviço prestado pela ANA nos Açores sejam “diferente para pior” depois da privatização.
O coordenador regional do PCP/Açores recordou que esta empresa de capitais públicos tem realizado “grandes investimentos” no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, embora tenha “negligenciado” os investimentos em Santa Maria, na Horta e nas Flores.
“Todos estes investimentos já estão em risco nesta altura, mas o risco irá aumentar muito mais caso a ANA seja privatizada”, frisou.
Aníbal Pires salientou que o PCP, por princípio, é “contra as privatizações”, mas, no caso de companhias áereas e serviços aeroportuários, “ainda é mais”, lamentando que o Governo da República pretenda “entregar ao capital privado” as empresas públicas que dão lucro.
Neste encontro com responsáveis do SITAVA nos Açores, os dirigentes sindicais manifestaram a Aníbal Pires as suas preocupações em relação ao futuro dos trabalhadores, que alegam desconhecer os contornos da privatização e as suas consequências em matéria de despedimentos.
Lusa