PCP/Açores diz que solução para a cooperativ​a LactoPico passa pelo aumento de produção

A solução para ultrapassar as “sérias e graves dificuldades” que a cooperativa de lacticínios LactoPico atravessa passa pelo aumento da produção, defendeu hoje o deputado do PCP à Assembleia Regional dos Açores.

Falando em conferência de imprensa, no final de uma visita de quatro dias à ilha do Pico, o líder dos comunistas nos Açores, Aníbal Pires, adiantou que sem um aumento da produção, não será possível viabilizar a fábrica de lacticínios, que não paga aos produtores há vários meses.

“As soluções para o futuro da Lactopico que vierem a ser consideradas devem levar em conta o objetivo fundamental de aumentar a quantidade e valor dos seus produtos”, sublinhou. No seu entender, é também necessário recuperar a “confiança” dos produtores locais, começando, por exemplo, por dar “total prioridade aos pagamentos atrasados” que são devidos aos cerca de 100 agricultores da ilha. “Sem que se recupere a confiança dos produtores e sem que se lhes dê estímulo para aumentarem a sua produção, não haverá nenhuma solução sustentável para esta cooperativa”, considerou Aníbal Pires.

O deputado do PCP/Açores já tinha dito que o envio para a ilha do Faial do leite entregue na fábrica da LactoPico, para ser laborado noutra unidade fabril (como defende a Federação Agrícola dos Açores), “não é solução”.

Aníbal Pires entende também que o apoio anunciado pelo presidente do Governo Regional a um processo de reestruturação da LactoPico não basta para retirar a cooperativa da situação em que se encontra.

 “O PCP considera que, para além das soluções a encontrar para o futuro do setor leiteiro do Pico, o Governo Regional não se pode demitir desta situação e deve intervir com mais do que palavras”, insistiu o deputado comunista.

A 22 de fevereiro, o Governo dos Açores anunciou um acordo com a LactoPico em relação a um plano estratégico de recuperação financeira da cooperativa, a executar em quatro anos.

O protocolo prevê libertação de verbas para responder aos encargos da cooperativa com os fornecedores e acesso imediato a um financiamento de 500 mil euros junto de uma instituição financeira e a garantia da renegociação da dívida da LactoPico para um prazo de 20 anos.

As dificuldades sentidas também pelos pescadores, por causa do mau tempo e da escassez de recursos piscatórios na região, foram outros temas analisados por Aníbal Pires durante a visita ao Pico.

O dirigente do PCP esteve reunido com a Associação de Armadores da Pesca Artesanal da Ilha do Pico e lamentou o “valor diminuto” do FundoPesca (um fundo de compensação criado para apoiar os pescadores em situações de mau tempo ou outras que os impeçam de trabalhar), bem como a “lentidão” com que tem sido atribuído.

“É lamentável que, num ano de enormes dificuldades, o Governo insista em não apoiar condignamente os nossos pescadores”, lamentou o deputado comunista, recordando que este sistema de compensação “pertence aos pescadores” e que “não é uma benesse” do Governo Regional.

Aníbal Pires prometeu também levar estes e outros temas ao Parlamento açoriano nos próximos meses.

 

Lusa

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