Pedro Madruga – Amar o mar e fotografá-lo

baleia-pedro-madrugaDesde criança ligado ao mar e à pesca, Pedro Madruga é skipper e fotógrafo no Espaço Talassa, no Pico, e já identificou fotograficamente quatro espécies raras de cetáceos.
 

Numa altura em que o destino Açores é largamente conhecido pelos amantes de cetáceos e foi considerado como uma das regiões mais importantes no que toca à observação de baleias, a reportagem do Expresso das Nove falou com o faialense, a residir no Pico, Pedro Madruga, skipper e fotógrafo amador de cetáceos e das “pequenas coisas que as pessoas hoje em dia já não reparam, que já não param para observar e ver quão bonitas são”.

Pedro Madruga, filho do conhecido velejador Genuíno Madruga, encontra-se a trabalhar desde 2003 com a primeira empresa de observação de cetáceos criada nos Açores, o Espaço Talassa, e já conta com um álbum de 132 mil fotografias.

 
Nascido e criado na ilha do Faial, Pedro desde cedo que está ligado ao mar, praticando vela, pesca submarina ou canoagem e com frequentes idas, nas férias, para o mar com o seu pai na primeira embarcação de fibra de vidro cabinada, a Guernica e mais tarde no veleiro Hemingway.

A sua ligação à fotografia de cetáceos sempre existiu, mas o preço das revelações era incomportável. O iniciar da fotografia digital permitiu a Pedro Madruga começar a fotografar cetáceos, ao longo destes últimos anos, exclusivamente em digital, sem o problema das revelações e com algumas mudanças de equipamento para “caçar os animais como deve ser”. As milhares de horas passadas no mar, a fotografar baleias e golfinhos, fazem com que ” no fundo já pense um bocadinho como eles e consiga apanhar os grandes momentos que nas minhas fotos são mostrados”.

 

Para Pedro Madruga, todas as fotografias tiradas até hoje foram “captadas com paixão” por igual, sendo o Pico, a fotografia nocturna, longas exposições, nuvens e até “o bicho mais feio do mundo” as sua principais inspirações, para além dos já citados cetáceos”.

Utilizando actualmente como material uma Nikon D200, com uma lente de 70-300 mm, Pedro afirma-se como um autodidacta, aprendendo no terreno e no site www.flickr.com tudo o que sabe, não tendo nenhum curso de fotografia profissional ou amador. De entre os 24 cetáceos que passam pelas águas dos Açores, fotografar a baleia azul, um animal “tão grande, bonito e elegante” é para Pedro Madruga “um privilégio”, ao passo que as falsas orcas são dos melhores cetáceos para se fotografar, pois “escoltam o barco e mostram a sua personalidade ali a meio metro da minha lente, são uns belos animais para a fotografia”, e os golfinhos, principalmente os riscados, conhecidos pelo seu comportamento esquivo e pela sua rapidez, fazem com que de 100 fotografias, uma esteja aceitável”.

 

 

A foto/identificação de uma baleia azul em 2005, no sul do Pico, e que estava em 2001 nos mares da Islândia foi o primeiro match de uma baleia azul nos Açores e só foi possível com a fotografia deste açoriano. 

 

Registo de espécies raras

 

Nos Açores as empresas de observação de cetáceos já estão sensibilizadas para a foto/identificação das baleias e dos golfinhos que passam pelas águas do Arquipélago. No caso do Pico, Pedro Madruga fotografa todas as baleias azuis avistadas, desde que trabalha no Espaço Talassa, e é responsável pela identificação de uma espécie de baleia de bico (Mesoplodon densirostris), uma espécie de golfinho tropical (Lagenodelphis hosei) uma espécie que nunca tinha sido avistada nos Açores, baleia piloto de barbatanas compridas (Globicephala melas) e da baleia de bryde (Balaenoptera edeni), que passaram nas águas do sul do Pico e nunca tinham sido registadas fotograficamente.

 

 

 

Expresso das Nove / Foto – Pedro Madruga

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