Pesca acidental ameaça equilíbrio da espécie nos açores

Os palangreiros de espadarte estão, por acidente, a colocar em perigo o equilíbrio de algumas espécies de tubarão dos mares dos Açores. Bruxelas acaba de tomar medidas para impedir a pesca excessiva de tubarões e raias

 

 

A pesca acidental de tubarões pode colocar em perigo algumas espécies existentes nos mares dos Açores.
A Comissão Europeia adoptou ontem, em Bruxelas, um plano de acção para a conservação e gestão dos tubarões com medidas que visam contribuir para a reconstituição das populações ameaçadas pelas frotas europeias, incluindo a portuguesa.
De acordo com João Pedro Barreiros, especialista em biologia marinha e autor de um livro sobre tubarões e raias dos Açores, a publicar em breve, as referidas espécies são capturadas nos mares do arquipélago acidentalmente com regularidade por palangreiros que se dedicam à pesca do espadarte.
Tubarão-raposa (alopias superciliosus) e a tintureira ou tubarão-azul (prionace glauca) são as espécies mais capturadas pela pesca acidental nos Açores.
No que se refere à pesca que tem como objectivo a captura de tubarões e raias, as espécies mais afectadas são cação (galeorhinus galeus) e a gata-lixa (dalatias licha), enquanto que as raias são das espécies raja clavata e raja maderensis.
Embora a carne de tubarão seja um produto da pesca e de baixa rentabilidade, a crescente procura de barbatanas nos mercados asiáticos podem levar a uma intensificação da captura da espécie.
Segundo João Pedro Barreiros, é necessário tomar medidas para impedir que urna redução das espécies de tubarões em raias por via das capturas pela pescas dirigida ou acidental.
O investigador da Universidade dos Açores considera que é preciso ter em conta que os tubarões “são um importante espécie do topo da cadeia alimentar e que tem baixos níveis de fecundação”.
Propõe como medidas para efeitos negativos para as espécies a interdição da entrada dos palangreios em algumas áreas da Zona Económica dos Açores a reduzir o período de captura do espadarte.

Espécies em perigo
Bruxelas justifica a elaboração de um plano de protecção com o facto de as capturas de tubarões terem aumentado substancialmente, a nível mundial, a partir de meados da década de 1980, e hoje em dia as frotas comunitárias capturarem anualmente cerca de 100.000 toneladas de tubarões e espécies afins, designadamente raias e quimeras.
As medidas que vão ser estabelecidas pela Comissão Europeia no plano de acção – que não tem carácter legislativo, devem ser aplicadas a todas as zonas em que a frota comunitária exerce actividade, nas águas europeias como fora delas.

 

 

in diarioinsular

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