Pescadores querem rever rede de armazenamento de peixe na região

O presidente da Federação das Pescas dos Açores, Liberato Fernandes, defendeu hoje uma “reestruturação completa” do sistema de armazenamento de pescado em todas as ilhas do arquipélago, nomeadamente na ilha de São Miguel.

“Num período em que há aumento da captura do atum não há capacidade de armazenamento, o que limita as capturas a 1000 quilos da espécie de bonito” por embarcação, disse à Lusa Liberato Fernandes, à margem do III Congresso das Pescas dos Açores, que hoje começou em Angra do Heroísmo, na Terceira.

Segundo este responsável, “há quebras de rendimento no inverno ou quando as capturas são más, mas agora também por falta de estruturas (de frio)”, o que originou também que os pescadores tivessem “uma quebra de rendimento de 20 por cento no primeiro semestre deste ano”.

Liberato Fernandes defendeu como medidas urgentes para superar os problemas da quebra de rendimento “a reestruturação completa da rede de armazenamento no arquipélago e a alteração do circuito de comercialização, reduzindo as taxas pagas pelos produtores”.

Por seu lado, a eurodeputada açoriana do PSD, Maria do Céu Patrão Neves, alertou que a situação “não é favorável à região” no quadro da futura Política Comum de Pescas da União Europeia, pelo que se deve “incentivar a tomar medidas rapidamente”.

Nos Açores, segundo Patrão Neves, “devem ser feitos estudos rigorosos dos stocks disponíveis”, propondo a aplicação de “planos de recuperação de algumas espécies” e a “revisão da frota para a equilibrar com base numa política global que inclua proteção de recursos”.

Para o eurodeputado açoriano do PS, Luís Paulo Alves, “o ajustamento entre a limitação dos recursos e o esforço de pesca que sobre eles incide reflete-se nos rendimentos dos pescadores”, defendendo que a resolução “deve ser encarada de frente”.

Nesse sentido, destacou “a proteção de regiões como os Açores como forma de garantir os recursos suficientes para a pesca local costeira que, sendo sustentável, permitirá rendimentos adequados para quem vive da pesca”.

A valorização do pescado açoriano é outro dos caminhos a seguir e, por isso, considerou que “palavras como marketing, etiquetagem e comercialização têm de passar a ser instrumentos de trabalho”.

O III Congresso das Pescas dos Açores decorre durante dois dias com a participação de mais de uma centena de pescadores e técnicos para debater temas como as mulheres na pesca artesanal, a gestão da pesca açoriana, a fiscalização e a formação.

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