“Os corvinos estão precavidos. A vida está normal no Corvo. Se calhar há menos uma peça de fruta ou menos um iogurte, mas o essencial ainda não falta”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, Manuel Rita, em declarações à Lusa, admitindo que “a preocupação está no combustível”, mas “ainda existem reservas de gasolina, gasóleo e gás”.
Segundo o autarca, “o tempo já está a melhorar e a manter-se assim o barco já deverá chegar ao Corvo e descarregar o combustível que tem a bordo”.
Também nas três mercearias da ilha, “estão assegurados bens essenciais, nomeadamente farinha, arroz, açúcar e leite”, como referiu o presidente da câmara, constatando, no entanto, “a falta de fiambre e queijo de barra”.
Numa ilha com cerca de 500 habitantes, a população do Corvo “já está habituada às intempéries”.
“Estamos no meio do Atlântico. No Corvo não se compra uma coisa para cinco dias, mas para dez. Eu até mando vir, muitas vezes, bens das Flores, como cebolas ou batatas”, referiu Manuel Rita, admitindo que os habitantes que não sejam naturais da ilha possam desconhecer os condicionalismos provocados pelo mau tempo “e sentem por vezes, a falta de alguns bens”.
No sábado, o Governo Regional dos Açores decidiu acionar o plano de contingência para abastecimento de produtos alimentares ao Corvo, a mais pequena do arquipélago, que está há 18 dias sem ligações marítimas à vizinha ilha das Flores, já que o estado do mar tem impedido o navio ‘Santa Iria’ de atracar no Porto do Corvo.
Na sequência da ativação do plano de contingência na segunda-feira serão transportados cerca de duas toneladas de produtos alimentares por via aérea.