O Plano de Contingência dos Açores, desenvolvido pela Direcção Regional de Saúde e que inclui as orientações estratégicas e específicas necessárias à intervenção do Serviço Regional da Saúde num cenário de pandemia da gripe, foi apresentado hoje em Ponta Delgada.
“Seremos capazes de resistir melhor avanço da gripe”, afirmou o secretário da Saúde, na sessão de abertura do seminário que ao longo do dia de hoje vai debater a temática.
Miguel Correia sublinhou as consequências das pandemias de gripe ao longo da história, que vitimaram milhares de pessoas, em todo o mundo. Só na gripe Espanhola (1918/1920) deverão ter morrido cerca de 3000 açorianos.
Agora, volta a colocar-se o risco de uma pandemia, por mais que o homem venha a conseguir a imunidade para o tipo específico viral. E, considerou o secretário da Saúde, “a análise genética do vírus H5N1 mostra que qualquer pandemia de gripe com origem neste vírus é muitíssimo mais letal do que a pandemia da gripe espanhola”.
O plano hoje apresentado “tem por finalidade capacitar as ilhas e instituições para a detecção e resposta a uma provável pandemia”, referiu Miguel Correia.
Constitui, igualmente, segundo o secretário da Saúde, “uma ferramenta adequada para lidar com outras doenças com tendência epidémica”, sendo agora importante que as diferentes instituições de saúde elaborem os seus planos específicos.
Ao longo dos trabalhos do seminário de hoje foi referido que num caso de pandemia, numa primeira onda, com uma taxa de ataque de 10%, prevêem-se, nos Açores 24 mil casos de gripe, cerca de 46 mil consultas, 607 hospitalizações e 165 óbitos.
O seminário de hoje integra-se nas comemorações do Dia Mundial de Saúde. Amanhã, integrado nas mesmas comemorações, decorre, em Angra, uma cerimónia, onde será apresentado o “Programa Regional Para a Utilização de Desfibrilhadores Automáticos Externos por Não Médicos e de Acesso Público à Desfibrilhação”.