O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, foi acentuando, ao longo da sua intervenção, que o contexto é “de acentuada crise económica, financeira e social”, salientando “os números dramáticos” do desemprego, “os graves problemas” de pobreza e exclusão e “a brutal austeridade imposta pelo Secretário Regional da Saúde que afasta os doentes dos cuidados que necessitam”, sem, contudo, revelar o sentido de voto da sua bancada às propostas socialistas.
Momentos antes da votação do Plano e Orçamento para 2015 os centristas faziam depender o seu sentido de voto da aceitação das propostas de alteração que apresentam, facto que os leva a criticar o PSD, afirmando Artur Lima que “o nosso voto não é tático-político, nem se reveste de idiossincrasias partidárias, muito menos é anunciado de véspera. O nosso voto resulta do debate frontal, leal e transparente das vossas e das nossas propostas”, justificou.
Durante a intervenção final do debate onde, para além de um conjunto de quase duas dezenas de propostas de alteração aos documentos do Governo, os democratas-cristãos destacaram a novidade a incluir nas diárias dos doentes deslocados.
“A mais emblemática proposta que trazemos à consideração desta Assembleia, na senda aliás no vasto património político que temos neste domínio, é a criação do CEDO – Complemento Especial para o Doente Oncológico. Na prática, queremos que as diárias dos doentes deslocados sejam majoradas especificamente para os doentes oncológicos deslocados e seus acompanhantes de modo a que possam receber um montante de ajuda de custo semelhante a qualquer funcionário público ou político quando deslocado em serviço. Assim, os doentes oncológicos deslocados serão incluídos no segundo escalão das diárias, passando a receber um acréscimo de 20 euros por dia, elevando-a para cerca de 50 euros”, explicou.
Em conclusão disse, “ninguém duvida que se este fosse um Plano e Orçamento da responsabilidade do CDS-PP, muitas das opções e das políticas seriam outras; bem diferentes! Todavia, mesmo não concordando com algumas das prioridades deste Governo, o CDS-PP entende que é seu dever dar um contributo positivo. Não somos irresponsáveis ao ponto de não apresentar contributos válidos, credíveis e exequíveis, nem cedemos ao facilitismo do voto contra, só porque este ano nos apetece”, esclareceu Artur Lima.