Tímido mas forte, Abdul Eduardo, oito anos, lembra quando a mãe, embriagada, o abandonou com o irmão na rua, dias depois de o pai ter sido preso por roubo, e de ter acabado num infantário no centro de Moçambique.
A “mamã ia beber quando nos perdemos no meio da multidão na rua”, conta à Lusa Abdul Eduardo, entre lutas de superação e esperança de reencontro, mas seguro, num sorriso discreto, de que vai “proteger o irmão e cuidar de outras crianças”, quando se formar em medicina.
O número de crianças abandonadas, incluindo recém-nascidos e deficientes físicos, órfãos e as que fogem de casamentos forçados e maus-tratos, está a crescer a cada dia no Infantário Provincial de Manica (IPM), ligado ao Instituto Nacional da Ação Social (INAS), oriundas de várias províncias moçambicanas.
Lusa