“Foi-me feito um pedido de que insistisse junto da comunidade portuguesa para que fizesse cada vez mais denúncias à polícia como forma de eles poderem actuar cada vez mais eficazmente”, disse o deputado.
Renato Leal falava à Agência Lusa, em Caracas, após reunir-se com Wilmer Flores Trosel, director do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária), e Luíz Fernández e Luís Rodrigues Vieira, subdirector e director de investigações internas daquele organismo, respectivamente.
O deputado explicou que “as autoridades venezuelanas estão efectivamente muito preocupadas com este tema (raptos e insegurança) e têm consciência de que é efectivamente deste tipo de cooperação entre as duas partes que podem fazer um trabalho mais eficaz”. “Fiquei com a nítida sensação de que não é uma preocupação meramente estatística, é uma preocupação efectiva e há uma vontade muito grande de fazer com que a comunidade portuguesa, que está bem inserida, que é respeitada, que é necessária aqui na Venezuela, se sinta cada vez mais tranquila e segura” vincou.
A insegurança e nomeadamente os sequestros são uma das principais preocupações da comunidade radicada na Venezuela que com frequência se queixa de que as acções policiais são insuficientes. A polícia queixa-se por seu lado que os portugueses não denunciam as ocorrências e optam por negociar com os sequestradores.
Segundo dados da comunidade lusa, desde Janeiro pelo menos 120 portugueses foram sequestrados na Venezuela. Renato Leal, que visita a Venezuela pela segunda vez, está em Caracas para “divulgar as linhas mestras do programa do Partido Socialista para o Círculo Eleitoral de Fora de Europa nas eleições legislativas de 27 de Setembro. “Espero em primeiro lugar que as pessoas participem mais activamente nestas importantes eleições. O resultado destas eleições é determinante para o próximo Governo de Portugal”, afirmou o deputado, recandidato a um lugar no parlamento.
Por outro lado, Renato Leal precisou que “cada comunidade tem as suas especificidades” e que uma das suas “prioridades será a educação e a participação cívica e política” dos portugueses. “É importante que cheguemos com mais eficácia junto dos mais novos. É importante que hajam mais intercâmbios, mais estágios profissionais”, frisou.
O socialista prosseguiu com a proposta de um “portal interactivo”. “Os jovens hoje não querem saber dos meios que serviram à minha geração e à geração acima de mim”, explicou. “Temos também tentativas de resposta para o mundo empresarial através do Netinvest, por exemplo. Queremos que haja um fórum para os luso-descendentes, que haja mais contactos com o movimento associativo e que a língua e a cultura portuguesa venham a merecer também a continuação da atenção que lhe tem vindo a ser dada pelo Instituto Camões por forma a poder vir a ser qualificada e certificada”, concluiu.
Lusa