“Tendo em conta os trabalhos já desenvolvidos, estima-se que, muito em breve, o Porto Comercial das Lajes das Flores possa ser aberto à navegação, pelo menos para navios até 60 metros e calado até cinco metros”, adiantou o executivo açoriano, numa nota de imprensa.
A passagem do furacão “Lorenzo” pelos Açores, na madrugada e manhã de quarta-feira, dia 02 de outubro, provocou mais de 250 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas.
O Porto das Lajes das Flores ficou “totalmente destruído”, colocando constrangimentos ao abastecimento de combustível por via marítima à ilha, o que levou o Governo Regional a declarar “situação de crise energética”.
Segundo o executivo açoriano, os trabalhos de limpeza e remoção dos destroços deste porto tiveram início na quinta-feira, 03 de outubro, “mal o estado do tempo o permitiu, estando atualmente já limpa 70% da área do terrapleno”.
“Procedeu-se à demolição de grandes blocos de betão, bem como à retirada de contentores da zona das pescas e do restante terrapleno”, avançou o Governo na nota, destacando a “celeridade dos trabalhos” desenvolvidos pela empresa Portos dos Açores, que gere os portos do arquipélago.
O Governo Regional estima que, “em meados da próxima semana, esta limpeza esteja praticamente concluída” e que a operacionalidade do Porto Comercial das Lajes seja “reposta em tempo recorde”.
Além da limpeza, a equipa das infraestruturas e manutenção da Portos dos Açores fez uma análise ao cais 5 para “perceber se existiriam condições de acostagem”.
“Através de mergulhos técnicos, foram sinalizadas as peças a remover para garantir a profundidade necessária à operação, tendo esses elementos sido retirados este sábado”, adiantou o executivo açoriano.
Foi igualmente feita uma vistoria ao molhe principal do cais comercial, “tendo já sido sinalizadas algumas intervenções urgentes a ter em consideração para proteção da bacia portuária e sua operação, aguardando-se a conclusão das sondagens para avançar com a elaboração do projeto de execução da nova estrutura portuária a construir”, acrescentou.
Ainda no sábado, foram retirados contentores e outros bens depositados no interior do núcleo de recreio náutico, com recurso ao equipamento portuário “que foi recuperado com a urgência possível para apoio a estas operações”.
Segundo o Governo Regional, está a ser estudada “a possibilidade de melhorar o acesso rodoviário ao terrapleno, de forma a permitir uma maior facilidade de circulação, incluindo de viaturas pesadas, embora o acesso esteja garantido por uma segunda via”.
Hoje, terão início os trabalhos para a “remoção cuidadosa e delicada” da embarcação Ariel, que assegura as ligações da empresa pública Atlânticoline entre as ilhas das Flores e do Corvo, e da lancha de pilotos, juntamente com um barco de pesca, “cuja remoção se afigura complexa, para que não sofram mais danos”.
A Marinha e a Força Aérea enviaram para a ilha das Flores materiais e 294 militares para darem apoio às necessidades no terreno.
Lusa