Portugal conseguiu um aumento de 6% na quota global de pesca – uma vitória conseguida numa reunião em Bruxelas, que terminou já noite. A Comissão Europeia pretendia uma redução global de 11%, mas o Governo português conseguiu um saldo positivo.
“Desta vez aumentámos substancialmente (as quotas), mais 6% na globalidade”, disse a ministra das Pescas à saída de uma maratona de quase 16 horas de negociação cujo resultado considerou “muito positivo”.
Assunção Cristas destacou particularmente a quota de bacalhau, que sobe 240 toneladas (4%), “dentro de um quadro de pesca sustentável e respeitando todos os pareceres científicos”.
“Tudo isto reflecte o poder de negociação do nosso país ao nível técnico e também ao nível político”, adiantou, sublinhando que “as primeiras propostas da Comissão apontavam para uma redução global de 11%”.
A ministra desvalorizou ainda os casos em que houve diminuição da quota, sublinhando que “são casos com pouca expressão em Portugal e em que, normalmente, não cumprimos sequer a quota que nos está adstrita e que, portanto, não nos preocupam”.
Subidas e descidas
A nível geral, Portugal saiu das negociações sobre as possibilidades de pesca para 2012 com um aumento nas quotas de areeiro (9%), biqueirão (10%), pescada (15%), tamboril (110%, recuperando quotas perdidas em anos anteriores), verdinho (875% em águas territoriais e 531% no sul da Bretanha e Golfo da Biscaia).
As descidas de quotas acontecem no carapau em águas espanholas, lagostim, raias, cantarilho, palmeta, abrótea, espadarte.
Nas águas dos Açores e Madeira, a quota de carapau – que é fixada por Portugal, sobe 4% , a do atum voador diminui 22% e a do atum patudo aumenta 22%.
Os armadores estão satisfeitos com este acordo. Miguel Cunha, presidente da Associação Armadores de Pesca Industrial, diz que agora foi corrigido um “erro gravíssimo”.