Portugal é o país da União Europeia que registou um maior recuo no número de mortos em acidentes rodoviários entre 2010 e 2016, com uma descida de 40%, revela um relatório hoje divulgado pela Comissão Europeia.
As estatísticas de 2016 em matéria de segurança rodoviária, publicadas pelo executivo comunitário, revelam que, entre 2015 e 2016, houve uma diminuição de 2% do número de vítimas mortais nas estradas da UE, tendo morrido 25.500 pessoas no ano passado, menos 600 do que no ano anterior.
Em Portugal, registou-se uma diminuição de 10% (54 mortos por milhão de habitantes em 2016 contra 57 óbitos em 2015), mas é na comparação com 2010 que a diminuição é mais marcante, de -40%, já que há sete anos morriam nas estradas portuguesas 80 pessoas por milhão de habitantes.
Esta diminuição é a mais marcante entre todos os Estados-membros e representa mais do dobro da média comunitária, já que, no conjunto da União, o número de mortes na estrada entre 2010 e 2016 recuou apenas 19%.
De acordo com a Comissão, que também apresentou os dados de 2016 no Conselho informal de Transportes que decorre entre hoje e quarta-feira em Malta — país que assegura a presidência semestral do Conselho da UE -, “embora este ritmo seja encorajador, pode, no entanto, ser insuficiente para que a UE alcance o seu objetivo de reduzir para metade a mortalidade nas estradas entre 2010 e 2020”.
O executivo comunitário reclama por isso “mais esforços de todas as partes interessadas e, em particular, das autoridades nacionais e locais, que devem executar a maior parte das atividades quotidianas, como a aplicação da lei e a sensibilização”.
“As estatísticas de hoje representam uma melhoria e uma tendência positiva que deve prosseguir. Mas não são estes dados que mais me preocupam, mas sim as vidas perdidas e as famílias destroçadas. Hoje iremos perder outras 70 vidas nas estradas da UE e os feridos graves serão cinco vezes mais. Gostaria de apelar a todas as partes interessadas que intensifiquem os seus esforços, para que possamos cumprir o objetivo de reduzir para metade o número de mortes na estrada entre 2010 e 2020”, comentou a comissária dos Transportes, Violeta Bulc.
Lusa