De acordo com a Zero, “se todos vivessem como nós”, a partir de domingo “o mundo começaria a usar o cartão de crédito ambiental”, porque “acabam-se hoje os recursos renováveis de Portugal”.
Se cada pessoa no planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, “a humanidade exigiria o equivalente a 2,19 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos”, o que implicaria que “a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos a nível mundial esgotar-se-ia neste dia 16 de junho”.
“Portugal é, há já muitos anos, deficitário na sua capacidade para fornecer os recursos naturais necessários às atividades desenvolvidas (produção e consumo). A nossa pegada ‘per capita’ é de 3,69 hectares globais, mas a nossa biocapacidade é de 1,27 hectares globais, com base em dados revistos para toda a série histórica desde 1961”, escreveu a Zero, num comunicado.
Portugal é o 69º país do mundo com maior pegada ecológica por pessoa.
Apesar de, entre os países da União Europeia, Portugal ter a quarta pegada mais baixa por pessoa, “esta é, ainda assim, muito superior à capacidade média por pessoa no planeta”.
O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a pegada ecológica portuguesa e são “pontos críticos para intervenções de mitigação da pegada”, segundo a Zero.
Os dados relativos à pegada ecológica são atualizados anualmente pela Zero — Associação Sistema Terrestre Sustentável, em parceria com a Global Footprint Network.
Tal como um extrato bancário dá a indicação das despesas e dos rendimentos, a contabilização da pegada ecológica avalia anualmente, através de sistemas métricos, as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da biosfera de fornecer tais recursos e serviços.
O dia em que a humanidade atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para esse ano, ou seja, o orçamento natural, é habitualmente designado como ‘Overshoot Day’.
No ano passado, o ‘overshoot day’ mundial ocorreu em 02 de agosto, sendo que o último ano em que o planeta conseguiu viver com o seu orçamento natural anual foi em 1970.
Lusa