Artur Lima, do CDS/PP, defendeu ser “tempo de repensar o presente para não hipotecar o futuro”, frisando que, em tempo de crise, se “exige um esforço suplementar de solidariedade com as famílias e empresas em dificuldades, que se deve sobrepor ao espírito de facção e à crispação inútil que tantas vezes domina a agenda política”.
Considerando que o Orçamento para 2011 proposto pelo Governo Regional “tem algumas medidas importantes de apoio social às famílias e empresas”, o deputado do CDS-PP que veio a dar o seu voto favorável na generalidade, defendeu contudo que “é necessário pensar seriamente no futuro e na sustentabilidade da região”.
Para Zuraida Soares, do BE, “a continuação das políticas seguidas, que este plano e orçamento consubstanciam, não atacam os verdadeiros problemas com que os açorianos se debatem”.
Nesse sentido, depois de criticar as opções do Governo em áreas como o emprego, a saúde, a educação ou os transportes, Zuraida Soares frisou que o Plano e Orçamento proposto pelo Executivo regional socialista “não corresponde às expectativas, às prioridades e, menos ainda, ao caminho alternativo em que o BE/Açores acredita”.
No mesmo sentido, Aníbal Pires, do PCP, defendeu que “é possível e, sobretudo, necessário” outro rumo para o desenvolvimento da região, acusando o PS/Açores de “persistir em políticas que a crua realidade já demonstrou serem inócuas ou mesmo nocivas para o desenvolvimento regional”.
“Os erros e as teimosias da maioria que suporta o Governo têm custado aos Açores tempo e oportunidades preciosas”, afirmou, defendendo que se “impõe avançar com arrojo e determinação para uma verdadeira mudança de políticas”.
Por seu lado, Paulo Estêvão, do PPM, começou por considerar que a situação da região “está um autêntico inferno”, lendo depois um discurso baseado no Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, em que as personagens forma alguns dos membros do Executivo açoriano mas a que, por exemplo, César foi ‘poupado’.
Depois de apresentar o diálogo de cada um deles com o Diabo, numa intervenção que originou vários sorrisos em todas as bancadas, Paulo Estêvão concluiu salientando que o Orçamento regional para 2011 “não é um cavaleiro [mártir], é um tubarão que come o peixe miúdo”.